Caminhoneiros do interior gaúcho prometem aderir à paralisação marcada para o domingo

Ato deve contar com a presença de profissionais autônomos e celetistas

Categoria já distribuiu faixas e cartazes no ponto onde deve ocorrer o protesto. Foto: Litti Dahmer/Reprodução

Caminhoneiros vinculados à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) prometem aderir à paralisação nacional da categoria, prevista para este domingo. No Rio Grande do Sul, o ato deve ter mais força na região Noroeste, onde há a intenção de bloquear o entroncamento entre a BR-285 e a ERS-342, em Ijuí.

O movimento, que já pendurou faixas e cartazes no local, busca reforçar a demanda por uma revisão na política de preços do óleo diesel da Petrobras. “Eu acredito que nenhum transportador esteja satisfeito com o valor atual”, afirmou o secretário nacional de Políticas Sociais e Acessibilidade da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer.

“Em maio de 2018, o motivo da greve foi o óleo diesel. À época, ele custava R$ 2,83/litro. O frete é o mesmo hoje, e o combustível está em R$ 4,30/litro. Não há mágica. Não há matemática que faça fechar esta conta”, complementa. O líder sindical estima que 60% do valor recebido pelos caminhoneiros é gasto no reabastecimento dos veículos.

A demora nas discussões sobre a constitucionalidade da política de piso mínimo do frete, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), também gera insatisfação na categoria. A mudança, que motivou o fim da greve há três anos, nunca chegou a ser implementada em razão do embate jurídico que cerca o tema.

“Por isso, estamos colocando faixas na beira das rodovias, pedindo a adesão dos companheiros. Precisamos dar visibilidade para isto, movimentando a pista, demonstrando a insatisfação. Não adianta ficar em casa, ou mandar o caminhão para a oficina em meio à paralisação”, ressalta Litti.

Pulverização

Ao contrário do que aconteceu em 2018, nem todas as entidades representativas são favoráveis à greve. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), por exemplo, não emitiu nenhuma orientação para os seus associados, mesmo contrária à política de preços da Petrobras.

Em fevereiro, mesmo diante de uma mobilização tímida, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçou trocar o presidente da estatal. A mudança acabou sendo consumada em meados de março, quando Roberto Castello Branco deixou o posto máximo da empresa.

O Ministério da Infraestrutura, procurado pela agência de notícias Reuters, argumentou, em nota, que há a “necessidade de entender o caráter difuso e fragmentado de representatividade do setor, seja regionalmente, seja pelo tipo de carga transportada, antes de divulgar qualquer informação referente à categoria”.

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