Mourão garante eleições: Brasil não é ‘república de bananas’

Vice-presidente disse que suposta ameaça de golpe, já negada pelas partes envolvidas, não passa de 'fogo de palha'

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Ao comentar a suposta ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira que o Brasil “não é uma república de bananas” e garantiu que vão haver eleições em 2022. “Isso não existe, é um absurdo. É lógico que vai ter eleição. Quem é que vai proibir eleição no Brasil?”, disse.

Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, Braga Netto mandou avisar ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), que sem a aprovação do voto impresso, não vai haver eleição em 2022. Braga Netto já disse que a informação não passa de “mentira”.

Mourão disse não acreditar na ameaça de golpe. “Primeiro, porque a reportagem ouve pessoas que não se sabe quem são”, disse. Conforme o Estadão, a mensagem chegou a Lira enviada por um interlocutor. O vice-presidente acrescentou que tanto Braga Netto quanto Lira já negaram o suposto episódio. “Eu conheço o ministro há muito tempo, sei que ele não manda recado”, disse. Para Mourão, também não compete ao ministro da Defesa falar em eleições.

O vice-presidente também disse que as Forças Armadas mantêm o tripé da legalidade, da legitimidade e da estabilidade. “As Forças Armadas existem para que a gente tenha um ambiente estável e seguro”, declarou.

Voto impresso

Mourão acrescentou que a denúncia é um “fogo de palha”. “No final das contas, cria uma situação que não é boa para o país”, afirmou. Mourão lembrou que ele próprio é francamente favorável ao voto impresso auditável. “Nós usamos uma urna de primeira geração, enquanto a Argentina usa uma de terceira geração. Então acho que temos que evoluir nossa urna.”

Após a repercussão da reportagem, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, afirmou que conversou na manhã desta quinta-feira com Lira e Braga Netto. Segundo Barroso, ambos negaram as ameaças à realização das eleições no ano que vem caso não exista a impressão do voto na urna eletrônica.