YouTube remove vídeos de Bolsonaro por “dados incorretos sobre Covid-19”

Em publicações deste ano e do ano passado, presidente defendia o uso da cloroquina e da ivermectina

Foto: Reprodução / Youtube

O YouTube removeu, nesta quarta-feira, vídeos do canal do presidente Jair Bolsonaro na plataforma publicados este ano e no ano passado nos quais ele defendia o uso da cloroquina e da ivermectina contra a Covid-19.

Em comunicado, a plataforma disse que, após análise cuidadosa, vídeos foram removidos por violar as políticas do YouTube de “informações médicas incorretas sobre a Covid-19”. As informações foram publicadas pela Agência Reuters.

“Nossas regras não permitem conteúdo que afirma que hidroxicloroquina e/ou ivermectina são eficazes para tratar ou prevenir Covid-19; garante que há uma cura para a doença; ou assegura que as máscaras não funcionam para evitar a propagação do vírus”, informou o YouTube.

“Essas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais e atualizamos nossas políticas conforme as mudanças nessas orientações. Aplicamos nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem seja o produtor de conteúdo ou de visão política”, reforçou a empresa.

Procurada pela Reuters, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

Ao analisar o conteúdo do canal do presidente no YouTube, a Reuters confirmou a retirada do ar de vídeos das transmissões ao vivo que Bolsonaro tradicionalmente mantém às quintas-feiras, de modo geral convidando ministros de Estado e outras autoridades.

Um dos vídeos removidos é o de uma live no dia 27 de maio em que Bolsonaro sugeriu que se tome chás usados por indígenas para combater a Covid-19 e voltou a fazer a defesa enfática da cloroquina e outros medicamentos contra o coronavírus.

Essa transmissão do presidente ocorreu a partir de Matucará, no Amazonas, onde Bolsonaro cumpriu agenda pública.

“Este vídeo foi removido por violar as diretrizes da comunidade do YouTube”, esclarece uma mensagem para quem, agora, tenta assistir ao vídeo na plataforma de vídeos da Alphabet.