Polícia analisa documentos de organizadores da festa marcada por desabamento de deck

Fase de oitivas da investigação, iniciada ontem, ainda não terminou

Caso está à cargo da 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre. Foto: Alina Souza/Correio do Povo

O segundo dia de investigações sobre as causas do desabamento de um deck na Marina das Flores, localizada no bairro Arquipélago, na zona Norte de Porto Alegre, é marcado pela análise de documentos enviados pela defesa dos organizadores da festa. A tragédia, que pôs fim ao evento, provocou a morte de uma jovem e deixou outros sete feridos.

Segundo a delegada Laura Lopes, titular da 4ª Delegacia de Polícia da Capital, o dossiê apresentado pelos donos do restaurante será complementado com o conteúdo dos depoimentos colhidos até o momento. “Ainda falta alguns documentos. Por enquanto, tudo está sob análise”, explica.

A organização do evento alega que o local tinha alvará de funcionamento, e estava com o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) em dia. A prefeitura de Porto Alegre, por outro lado, diz que o endereço regularizado não é o mesmo usado para a realização da festa – que teria acontecido no outro lado da rua do Pescador.

Os responsáveis pelo evento, considerado clandestino pela administração da Capital, podem responder pelo crime de homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) ou com dolo eventual (quando se assume o risco, ainda que não haja intenção). Há, também, a possibilidade de indiciamento por lesão corporal e descumprimento de regras sanitárias.

Testemunha relata que deck “balançava às vezes”

Identificada como Ana Elisa Andrade Genaro Oliveira, a vítima da tragédia tinha 26 anos e era natural de Minas Gerais. Ela ficou submersa nas águas do Jacuí após o desabamento do deck, e foi submetida a um processo de reanimação cardiorrespiratória durante o resgate. A morte foi decretada horas depois, no Hospital de Pronto-Socorro (HPS).

A suposta fragilidade da estrutura que veio abaixo, em uma noite marcada por uma intensa ventania, era motivo de “brincadeiras” entre os frequentadores. Uma testemunha relatou à Rádio Guaíba que o local “balançava às vezes”, e que o número de pessoas na festa era bem maior do que as 50 estimadas pelas autoridades.