Bolsonaro cogita desistir da eleição de 2022 se não tiver voto impresso

Presidente voltou a dizer que "eleição sem voto auditável não é eleição, é fraude"

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O presidente Jair Bolsonaro insinuou, nesta segunda-feira, que pode desistir da candidatura à reeleição em 2022 caso não seja aprovada no Congresso a impressão dos votos da urna eletrônica. Em um discurso já recorrente, o presidente afirmou aos apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que “eleição sem voto auditável não é eleição, é fraude”.

Bolsonaro disse ainda que os votos das urnas eletrônicas serão auditados dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “de forma secreta” e “pelas mesmas pessoas que liberaram o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e o tornaram elegível”.

Na realidade, todos as fases da votação, segundo o TSE, são auditáveis e podem ser acompanhadas por integrantes dos partidos políticos do país. O retorno do voto impresso chegou a ser testado em 2002, sendo descartado por várias falhas no processo.

“Olha, eu entrego a faixa para qualquer um, se eu disputar eleição…”, deixou no ar Bolsonaro. “Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica…”, completou, dando a entender que pode não concorrer à reeleição se não houver a mudança.

A declaração é um recuo em relação ao que disse no dia 9 de julho, quando pôs em dúvida a realização das eleições sem o voto impresso em 2022.

Na visão de Bolsonaro, a urna eletrônica usa tecnologia defasada e é falsa a informação de que o sistema do TSE é inviolável. O presidente justificou a falta de pressa na conversa de mais de 20 minutos com os apoiadores em Brasília. “Estou sem agenda”, contou. O dia, brincou, vai ser dedicado à cobrança dos ministros.

Bolsonaro ficou internado entre quarta-feira e domingo para tratar uma obstrução intestinal. “Não teve nada a ver com a motociata. [O problema] Começou em Porto Alegre, mas foi um churrasco. Enchi a pança”, explicou.