O Grupo Equatorial Energia apresentou, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, o nome do novo presidente e os planos para o braço de distribuição da CEEE. A transferência do controle acionário, pelo governo, à companhia ocorreu na última semana.
O nome escolhido para ser o líder da CEEE-D é o do engenheiro eletricista Maurício Veloso, anunciado pelo presidente do Grupo Equatorial Energia, Augusto Miranda, que abriu a coletiva de imprensa detalhando a trajetória da companhia, inclusive no mercado energético. Além do Rio Grande do Sul, a empresa desempenha atividades em transmissão, geração e comercialização, assim como área de telecomunicações e serviços, em estados como Minas Gerais e Piauí.
Formado pela Universidade de Brasília, Veloso acumula experiência profissional no ramo das telecomunicações. Dirigiu a Brasil Telecom e trabalhou no ramo de TI e no setor energético em uma companhia no Distrito Federal e na própria Equatorial, onde vinha, há dois anos, atuando no Piauí.
Ele detalhou quais serão as primeiras intervenções feitas na CEEE-D, identificadas através de um plano de transição para execução nos próximos 100 dias que apontou carências na estatal. Entre as medidas estão previstas diversas obras, como a construção de três novas subestações, sendo uma delas em Porto Alegre – com o custo de R$ 18,8 milhões, a fim de atender uma população de 36 mil clientes. O plano também abrangem sete novas linhas, 20 novos alimentadores, 87 mil novas ligações, 1,8 mil novas ligações com obras em rede e 208 km de rede de distribuição com 30 novos equipamentos para a melhora de qualidade fornecimento de energia, com objetivo de atender regiões onde existem situações mais críticas. Com exceção da obra na Capital, cujo prazo de conclusão é até 2022 – as demais mudanças não tiveram datas reveladas, embora a Equatorial adiante que serão intervenções a serem realizadas no curto/médio prazo.
Além disso, o novo presidente destacou que a empresa vai trabalhar no atendimento ao cliente, com avanços tecnológicos que possam auxiliar nesse processo.
Já em relação a um programa de demissão voluntária, o gestor afirmou que vai buscar olhar o ciclo de vida profissional de cada um no grupo de trabalho antes de definir que medida tomar. Miranda voltou a destacar que, num primeiro momento, o objetivo é buscar o equilíbrio econômico da companhia e melhorar a prestação de serviço à sociedade.
A área de concessão que a empresa assumiu corresponde a 72 municípios, entre as regiões Metropolitana, Sul, Centro-Sul e Litoral Sul e Norte, com aproximadamente 1,8 milhão de consumidores.
CEEE-T
O governo do Estado vai realizar, ainda, o leilão do braço de transmissão da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), previsto para sexta-feira.
A expectativa do governo gaúcho é que os investidores entreguem propostas com ágio de até 77% sobre a oferta inicial, de R$ 1,69 bilhão, para comprar a transmissora de energia elétrica.
Os envelopes serão abertos, na sexta-feira, com presença do governador Eduardo Leite e as propostas recebidas na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.
A expectativa é que, além da CEEE-T, a CEEE Geração (CEEE-G) também seja privatizada, em leilão que deve ocorrer no fim deste ano ou no início de 2022.
Questionado sobre a possibilidade de também adquirir o braço de transmissão da estatal, o Diretor jurídico da Equatorial, José Sobral, negou: “A companhia não fez e não fará propostas para adquirir a CEEE-T, pois na nossa avaliação, achamos prudente, neste momento, focar os trabalhos na CEEE-D”.