A Secretaria Estadual da Saúde (SES) analisa estudos científicos, estoque de doses e outros fatores para avaliar uma possível antecipação da segunda dose das vacinas contra a Covid-19 no Rio Grande do Sul. A secretária Arita Bergmann também aguarda uma posição do Ministério da Saúde sobre o tema, solicitada na sexta-feira por meio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
“Ainda na quinta-feira, a questão do intervalo das doses começou a ser discutida por Estado e municípios em reunião da Comissão de Gestores Bipartite”, revelou. Arita, no entanto, assegura que ainda não há mudança no RS nos intervalos preconizados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina AstraZeneca já caiu em cidades de ao menos sete estados no Brasil. O Ministério da Saúde atualmente recomenda 12 semanas (três meses), mas os gestores dessas regiões encurtaram o prazo buscando ampliar a proteção da população contra a variante Delta do novo coronavírus. O Ministério da Saúde escolheu o maior prazo previsto em bula para aumentar o total de pessoas vacinadas com ao menos uma dose, já que a AstraZeneca oferece proteção parcial de 76% já 21 dias após a primeira aplicação. Os estados que já encurtaram o prazo para aumentar a proteção contra a variante Delta, o fizeram mesmo sem orientação do governo federal. O ministério chegou a estudar a redução do prazo, mas reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis manteve as 12 semanas.
Já divulgaram a redução do intervalo cidades de Pernambuco, Acre, Santa Catarina, Tocantins, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Piauí. Houve ainda mudanças pontuais para grupos ou faixas etárias no Ceará, Alagoas e Sergipe. O estado de São Paulo também manifestou a intenção de encurtar o prazo, mas disse ainda depender de aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A bula da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção e importação da tecnologia da AstraZeneca, esclarece que “a segunda injeção pode ser administrada entre 4 e 12 semanas após a primeira”. De acordo com a AstraZeneca, estudos realizados até o momento demonstraram que a vacina é eficaz na prevenção da Covid-19 sintomática quando aplicada “neste intervalo de tempo”, de 4 a 12 semanas. A farmacêutica disse, ainda, que a vacinação com a segunda dose após 60 dias “foi avaliada em estudos clínicos – e, por isso, está aprovada”.