Guiada pela cobrança adicional no valor das contas de luz, a inflação oficial para o mês de junho saltou 0,53%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a maior variação de preços para o mês desde 2018. Com a variação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) disparou 3,77% no primeiro semestre deste ano.
No acumulado dos últimos 12 meses, a variação de preços é de 8,35%, a maior desde os 8,48% de setembro de 2016. O resultado também mantém o índice acima ao teto da meta estabelecida para a inflação neste ano, de 5,25%. Em Porto Alegre, a inflação variou 0,79% em junho. No acumulado do ano, o índice chegou a 4,14%, enquanto no período de 12 meses ficou em 9,07%.
A vilã
Vilã do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em junho, a tarifa de energia elétrica subiu 1,95% no mês. O aumento foi impulsionado pela adoção da bandeira tarifária de vermelha patamar 2, com cobrança adicional de R$ 6,243 a cada 100 kWh consumidos.
“Em maio, estava em vigor a bandeira vermelha patamar 1, cujo acréscimo é menor (de R$ 4,169). Os preços, porém, desaceleraram em junho devido aos diversos reajustes captados em maio nas áreas pesquisadas. Em junho, tivemos apenas o reajuste médio de 8,97%, em Curitiba, no fim do mês”, explica André Filipe Guedes Almeida, analista responsável pela pesquisa.
Para este mês de julho, a tarifa de energia deve continuar pressionando o bolso dos brasileiros devido ao reajuste de 52% (para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora consumidos) na cobrança extra vigente. O aumento foi aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e leva em conta a crise hídrica brasileira.
Oito grupos com alta
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito tiveram alta em junho. O maior impacto partiu do grupo habitação, que teve os preços 1,1% mais caros. A alta é inferior à do mês anterior (5,37%), quando o impacto também partiu das contas de luz. Os preços da taxa de água e esgoto (1,04%), do gás de botijão (1,58%) e do gás encanado (5,01%) também subiram no mês passado, como consequência de alguns reajustes regionais.
Já no grupo dos transportes (+0,41%), os combustíveis subiram 0,87% e acumulam alta de 43,92% nos últimos 12 meses. Mais uma vez, o maior impacto partiu da gasolina (0,69%). Os preços do etanol (2,14%) e do óleo diesel (1,10%) e do gás veicular (0,16%) também ficaram mais elevados.
Alimentos
De acordo com o índice, os alimentos e as bebidas ficaram 0,43% mais caros no mês passado. A variação foi guiada pelo item alimentação no domicílio, que passou de 0,23% em maio para 0,33% em junho.
O preço das carnes, por sua vez, subiu pelo quinto mês consecutivo (1,32%) e acumula alta de 38,17% em 12 meses. Entre os itens mais baratos na mesa dos brasileiros, aparecem a batata-inglesa (-15,38%), a cebola (-13,70%), o tomate (-9,35%) e as frutas (-2,69%).
Já a alimentação fora do domicílio (0,66%) desacelerou em relação a maio (0,98%), sobretudo, devido ao lanche (0,24%), cujos preços haviam subido 2,1% no mês anterior. Já o preço da refeição cresceu 0,85%, enquanto havia apresentado alta de 0,63% em maio.