Em visita a Porto Alegre, Queiroga diz que “preocupação com assunto Covaxin é zero”

Ministro evitou falar sobre inquérito aberto pela PGR contra Bolsonaro

Médico cumpre agenda em três hospitais de referência no tratamento da Covid-19. Foto: Ricardo Giusti/Correio do Povo

Em visita a Porto Alegre, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a ser questionado sobre o envolvimento de servidores da Pasta no suposto superfaturamento das doses da vacina indiana Covaxin, negociada junto à Precisa Medicamentos. O médico cardiologista concedeu uma rápida entrevista coletiva, na sede da Santa Casa de Misericórdia da Capital, e declarou que “a preocupação com o assunto é zero”.

“O meu foco principal é acelerar a campanha de vacinação e dar assistência aos brasileiros afetados pela Covid. Os pacientes mais graves vão pras CTIs. Minha preocupação maior é com CTI, do que com a CPI. Quando surgem denúncias, apuramos através de sindicâncias. Os possíveis envolvidos são afastados, se não houver comprovação, poderão retornar”, garantiu Queiroga.

O ministro evitou responder às perguntas sobre o inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que passa a ser investigado por uma possível prevaricação (ou omissão) no Caso Covaxin. Segundo Marcelo Queiroga, o líder do Executivo nacional tem “trabalhado fortemente pelo povo brasileiro”, e segue focado na crise sanitária causada pela Covid-19.

“Os aspectos que envolvem o presidente da República não são atribuição do ministro. A campanha de vacinação, que é alvo de construções de narrativas de qualquer ordem, é reconhecida pela própria população como um sucesso. Quantas doses de vacinas Covaxin foram compradas pelo Ministério da Saúde? Quantos centavos da pasta foram usados para adquirir a Covaxin? Eu posso dizer: nenhum”, afirma.

Ministro confirma MP das Santas Casas

Queiroga aproveitou a oportunidade para confirmar a edição de uma medida provisória (MP) para reforçar o orçamento das Santas Casas e instituições filantrópicas de todo o país. A ideia havia sido ventilada por Bolsonaro, pela primeira vez, em maio – e vai culminar com o repasse de R$ 2 bilhões às entidades. O ministro ressaltou que a rede filantrópica é responsável por 60% dos atendimentos especializados do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre receberá, imediatamente, R$ 2 milhões. O titular da Saúde também comemorou o avanço da vacinação, e reiterou o compromisso de imunizar todos os adultos até o fim do ano. De acordo com Queiroga, o Rio Grande do Sul receberá 676 mil vacinas contra a Covid-19 nos próximos dias, carga dividida entre doses da CoronaVac, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech e Janssen.

Agenda

Além da visita à Santa Casa, o ministro da Saúde cumpre agenda no Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e no Hospital Moinhos de Vento. No final da tarde, se reúne com o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), e a equipe responsável pela estratégia da campanha de imunização na cidade – incluindo o secretário Mauro Sparta e o diretor da Vigilância Sanitária da Capital, Fernando Ritter.