A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (1), uma nova fase da operação de combate ao conflito indígena registrado na reserva do Carreteiro, localizada no município de Água Santa, desde o ano passado. A força-tarefa, que recebeu o nome de “Guerra e Paz”, mobiliza 200 agentes federais, 130 militares, 16 civis e servidores da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe).
Pelo menos 77 ordens judiciais são cumpridas, sendo que 28 delas são de prisão preventiva e 49 de busca e apreensão. As forças de segurança percorrem as ruas das cidades de Água Santa, Tapejara, Ibiaçá, Santa Cecília do Sul, Getúlio Vargas e Passo Fundo, todas na região Norte do Rio Grande do Sul. Segundo a PF, o objetivo da força-tarefa é “cessar a violência e coletar provas que auxiliem na identificação dos autores dos crimes”.
Operação mobilizou 350 agentes, que percorrem as ruas desde as primeiras horas da manhã. Vídeo: Polícia Federal/Divulgação
Primeira fase
Na primeira fase dos trabalhos, batizada de “Carreteiro”, 21 indígenas foram presos em razão dos conflitos travados entre grupos rivais na disputa pelo poder na reserva. Eles acabaram obtendo a liberdade junto à Justiça e, de acordo com as investigações, tentaram rearticular forças para a retomada do controle sobre os demais moradores da reserva. Com isso, os conflitos se intensificaram neste ano.
Inúmeras tentativas de homicídio foram registradas, e um indígena morreu em conflito no dia 31 de janeiro. Depois, outra pessoa perdeu a vida durante troca de tiros com agentes da Brigada Militar. Até o momento, 31 pessoas foram indiciadas por constituição de milícia privada e constrangimento ilegal. São investigados os crimes de homicídio, lesões corporais, ameaças, vias de fato, incêndio criminoso, dentre outros.