PF cumpre ordens judiciais em reservas indígenas em Erebango e Tenente Portela

Investigação apura conflitos entre grupos antagônicos ocorridos no final do ano passado

Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Foto: PF/Divulgação

A Polícia Federal realizou na manhã desta quarta-feira a operação Kavãn que investiga diversos crimes praticados em decorrência de conflitos ocorridos no final do ano passado na aldeia indígena Ventarra, em Erebango. Na ocasião ocorreu uma tentativa de homicídio de um indígena.

Cerca de 40 policiais federais cumpriram sete mandados de busca e apreensão na aldeia, situada na zona urbana de Erebango, e também na Terra Indígena Guarita, em Tenente Portela. A ação contou com o apoio da Brigada Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários, envolvendo mais de 140 agentes públicos. O setor de aviação da Polícia Federal atuou junto.

Entre os dias 12 e 13 de dezembro do ano passado, uma série de sucessivos conflitos entre grupos antagônicos da Terra Indígena, motivados por divergências na gestão de recursos pelo então cacique, foram registrados. Com a violência e uso de armas de fogo, o grupo ligado ao cacique foi expulso da aldeia, enquanto o outro grupo controlou a reserva. Além de depredações patrimoniais e lesões leves, o conflito resultou no ferimento de um indígena por arma de fogo, atingido na perna.

Durante a investigação, a Polícia Federal encontrou indícios de que os dois grupos indígenas rivais, reforçados por indivíduos de outras áreas indígenas, utilizaram armas de fogo na disputa do comando da aldeia, colocando “em risco a vida de outros indígenas vulneráveis, como crianças e idosos”.

Levantamento realizado na ocasião verificou um grande número de cartuchos de espingarda calibre 12 e marcas de tiros em algumas casas, que “evidenciam o elevado grau de violência e periculosidade das ações”.

O inquérito da Polícia Federal apura tentativa de homicídio, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo, ameaças e lesões corporais. As buscas por armas e elementos de prova realizadas com a deflagração da operação têm por objetivo “fazer cessar a violência na região e a retomada da normalidade na aldeia, além da coleta de informações e provas que auxiliem na identificação dos autores e partícipes dos crimes”.