Mosquito da dengue infesta 85% das cidades gaúchas

Boletim Epidemiológico das Arboviroses também alertou para baixa e média cobertura vacinal contra febre amarela em 390 cidades

Foto: Alina Souza / CP Memória

O Rio Grande do Sul registra infestação pelo mosquito da dengue em 85% dos municípios e dez mortes pela doença em 2021, além de baixa e média cobertura vacinal para a febre amarela em 390 das 497 cidades.

A preocupação com a crescente presença das arboviroses (dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela) no Estado reuniu integrantes do Centro de Operações de Emergência (COE – Arboviroses), nesta sexta-feira.

Conforme o último Informativo Epidemiológico das Arboviroses, referente à Semana Epidemiológica 23 (dados até 12 de junho de 2021), os dez óbitos de dengue ocorreram nos municípios de Passo Fundo, com um caso, em Erechim (três), Santa Cruz do Sul (cinco) e Bom Retiro do Sul (um).

Desde o início do ano foram notificados 11.934 casos suspeitos de dengue e 7.715 casos confirmados – sendo 7.536 casos autóctones -, 3.635 descartados e 438 ainda em investigação.

O Rio Grande do Sul também notificou 566 suspeitas de febre chikungunya, com 207 casos confirmados, 249 descartados e 110 ainda investigação. Dentre os confirmados, 184 foram autóctones, contraídos em Santa Vitória do Palmar, Bento Gonçalves, Espumoso, Cerro Largo, Pirapó e São Nicolau e Ijuí.

De zika vírus, foram notificadas 172 suspeitas, com 20 casos confirmados, 99 descartados e 37 esperando investigação diagnóstica. Dos confirmados, 14 foram autóctones, referentes aos municípios de Santa Maria, São Nicolau, Santa Cruz do Sul e Bom Retiro do Sul.

O monitoramento da febre amarela, realizado desde 2020, notificou quatro casos suspeitos, dois descartados e dois em investigação diagnóstica. O boletim assinala que os macacos bugios fazem parte do ciclo silvestre do vírus da febre amarela no RS, como sentinelas da doença. A morte desses animais antecede a chegada dos casos em humanos, principalmente entre a população que vive em áreas de floresta e na zona rural.

Os dados da vigilância no RS demonstraram que, no período de monitoramento (julho de 2020 a 14 de junho de 2021), o CEVS recebeu a notificação de 333 bugios que apareceram mortos no Rio Grande do Sul.

SES aposta em plano de contigência “robusto, efetivo e prático”
A secretária da Saúde, Arita Bergmann, disse, na abertura do encontro, que “aposta no COE-Arboviroses para nos trazer alternativas de enfrentamento a essas áreas de preocupação”. Arita propôs que seja elaborado “um plano de contingência robusto, efetivo e prático, a partir dos dados que já temos, e partirmos para as ações”.

Segundo a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Tani Ranieri, que apresentou o panorama das arboviroses aos integrantes do COE, é necessário intensificar, pelos municípios, a vacinação contra a febre amarela em pessoas de 18 a 59 anos, nas regiões prioritárias sudoeste, centro-oeste e de fronteira com a Argentina.

O COE-arboviroses é formado por instituições e órgãos públicos e da sociedade civil, como o Comando Ambiental da Brigada Militar, Ibama, Fepam, Secretaria da Educação e Grupo Hospitalar Conceição (GHC).

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