Twitter desabilita perfis suspeitos e bolsonaristas reagem

Entre os que dizem ter sido atingidos, o ex-ministro Abraham Weintraub, o ex-assessor especial Filipe Martins e o ministro Onyx Lorenzoni

Divulgação Twitter

O Twitter desabilitou, nesta segunda-feira, milhares de perfis que considera suspeitos de impulsionar conteúdo artificialmente na rede social. A ação gerou reclamações de bolsonaristas, que dizem ter perdido parte significativa dos seguidores. Na prática, a rede social desativou temporariamente os perfis suspeitos até que o usuário confirme detalhes como senha ou número de celular. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

“Até que cumpram essa etapa de confirmação, as contas ficam temporariamente desabilitadas, com funcionalidades limitadas, e deixam de entrar no cálculo para contagem de seguidores”, esclareceu o Twitter, em nota. Não é a primeira vez que a empresa lança mão desse tipo de operação.

Confirmaram que tiveram perfis atingidos o ex-ministro Abraham Weintraub, o ex-assessor especial Filipe Martins e o ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência. Todos reclamaram da ação. Weintraub, por exemplo, disse que perdeu cerca de 10 mil seguidores e que, três horas depois, 2,5 mil já haviam voltado à contagem.

Martins, recentemente afastado do cargo de assessor especial para Assuntos Internacionais e denunciado por um gesto de conotação racista, disse que 15 mil seguidores desapareceram da contagem. Onyx reportou ter perdido 12 mil.

“Conservadores mais uma vez perdendo milhares de seguidores no Twitter sem nenhuma explicação plausível”, registrou o ex-assessor, que pediu para a comunidade que o segue fazer “listas com aqueles que tiveram esse problema”.

A reclamação levou a hashtag #TwitterCensura aos assuntos mais comentados na plataforma. A suspensão não ficou restrita ao círculo próximo ao governo. Perfis como o Movimento Brasil Conservador e de pessoas comuns, normalmente associadas à pauta conservadora, também registraram reclamações semelhantes na rede social.

O ex-ministro Osmar Terra, que ocupou a pasta da Cidadania durante o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, reclamou de um “ataque aos usuários do Twitter de postura conservadora” e levantou a hipótese de “uma ação de hackers”. A rede social confirmou, pouco depois, se tratar de uma ação preventiva da própria empresa.

Manipulação
Os critérios para a desativação de perfis, segundo o Twitter, são atividades consideradas como “manipulação” pelos administradores da rede. Entre essas atividades, a empresa cita gerar engajamento falso, “que tenta fazer com que contas ou conteúdo pareçam mais populares ou ativas do que de fato são”, e atividades coordenadas para tentar influenciar as conversas artificialmente. Contas que promovem “spam” com intuito comercial ou distribuem notícias falsas também foram desativadas, conforme o Twitter.

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