Boa remuneração e liquidez marcam temporada de outono

Instituto Desenvolve Pecuária destaca a capacidade de adaptação e inovação nos remates virtuais

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A temporada de vendas de outono da pecuária registrou um excelente padrão genético e bom desenvolvimento dos animais, principalmente em praças com mercado já estabelecido devido à tradição de oferta constante. A avaliação é do Instituto Desenvolve Pecuária. A demanda maior ocorreu para as raças Angus, Brangus, Braford e Hereford. Em termos de preços, houve uma variação dependendo do peso e pureza racial. Os valores médios de pista de animais de zero a 12 meses ficaram em R$ 16,00 o quilo para machos castrados, R$ 14,50 para machos inteiros e as fêmeas oscilaram entre R$ 14,00 e R$ 20,00.

De acordo com o presidente do Conselho Fiscal da entidade, Ivan Faria, outros fatores também contaram para a boa temporada de vendas, em especial no período de maior concentração dos leilões, que foi a primeira quinzena de maio. “Entre eles estão a idoneidade dos Escritórios Rurais, a boa remuneração e o alinhamento com a burocracia do sistema financeiro, além da alta capacidade de adaptação e inovação nos remates virtuais, sem perda das características anteriores, como ocorreu em Lavras e Caçapava”, destaca Faria, colocando, ainda, que praças sem muitas dessas características conseguiram performar valores um pouco abaixo deste patamar, “oferecendo prazo dilatado ou vendendo suas ofertas de 10 a 20% abaixo das de primeira linha.

Ao fazer uma análise da conjuntura atual, Faria elencou alguns aspectos importantes que também ajudaram a influenciar a temporada de outono. Ressalta que a oferta ficou muito abaixo da demanda e que a concorrência de outros estados na compra direta nos meses de fevereiro, março e abril para machos e fêmeas, trouxe maior liquidez aos negócios. “Inflação do Real, insegurança de outros investimentos, insegurança pela crise sanitária e econômica e ameaça de invasão do mercado gaúcho de reposição pelo estabelecimento da Zona Livre de Aftosa, são outros itens relevantes neste cenário”, salienta. O dirigente lembra, ainda, a liquidez de crédito bancário com juros atrativos e prazos de dois anos para aquisição de machos e três anos para aquisição de fêmeas. “Muitas instituições exigem compra em remates oficiais”, complementa.

Os principais compradores nesta Temporada de Outono foram invernadores tradicionais com pouca informação de seus custos de produção e muito receio de baixa no estoque e invernadores com alta expectativa na projeção do gado gordo e exportações de carne, além de novos recriadores advindos da oportunidade de transformação da pecuária pela implantação de lavouras de soja em áreas antes marginalizadas e sua respectiva remuneração altamente valorizada este ano. Faria também cita outros invernadores e recriadores com compras pontuais de lotes com potencial de ganho de peso por baixo escore corporal ou qualidade e padrões não tão definidos.