PF deflagra operação contra tráfico internacional de drogas na Região Sul do Brasil

No Rio Grande do Sul. a ação ocorreu na cidade de Rio Grande

Veículos de luxo foram apreendidos. Foto: PF/Divulgação

A Polícia Federal de Santa Catarina deflagrou na manhã desta quinta-feira a operação Shipping Box com o objetivo de desmantelar uma grande organização criminosa de tráfico internacional de drogas instalada na região Sul do Brasil. No Rio Grande do Sul, a ação ocorreu na cidade de Rio Grande.

O grupo de narcotráfico atuava sobretudo com remessa de grandes cargas de cocaína a partir de diversos portos do país. Durante as investigações, a Polícia Federal apreendeu aproximadamente seis toneladas de cocaína e prendeu oito traficantes em flagrante delito.

Cerca de 250 policiais cumpriram 34 mandados de prisão e outros 50 mandados de busca e apreensão, com apoio da Receita Federal. Em Santa Catarina, as ordens judiciais foram executadas em Joinville, Itapoá, Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul, Itajaí, Navegantes, Balneário Piçarras, Barra Velha, Itapema, Canelinhas e Criciúma. Houve ainda ações em Paranaguá, no Paraná; em Mogi Mirim, em São Paulo; e Cabo Frio, no Rio de Janeiro.

Na operação foram efetuados ainda o sequestro de 68 veículos, 23 imóveis e duas embarcações, além do bloqueio de 30 contas bancárias de vários investigados. Todos os presos serão conduzidos às sedes da PF em Joinville e Itajaí, em Santa Catarina. Veículos de luxo, armas e dinheiro foram recolhidos.

Investigação

Conforme apuraram os policiais federais, a organização criminosa utilizava-se de vários expedientes para embarcar as drogas, como a cooptação de funcionários dos portos visando facilitar a entrada do entorpecente e a criação de compartimentos falsos em caminhões para transporte de traficantes e cargas de drogas para dentro do ambiente portuário.

Os traficantes também montavam empresas de logística de carregamento e transporte de contêineres para atrair a exportação de cargas lícitas que ensejassem a oportunidade de enxerto e embarque do entorpecente. Parte das cargas de cocaína que vinham da Bolívia eram inseridas em contêineres a bordo de navios para a Europa. Já outra parte era pulverizada para abastecer os grupos criminosos dedicados ao tráfico para consumo interno.

A PF já detectou indicativos de um esquema de lavagem de dinheiro por alguns dos investigados através da constituição de empresas fictícias e aquisição de ativos como ouro e até mesmo de criptomoedas.