Bolsonaro critica decisão que liberou Wilson Lima de comparecer à CPI da Pandemia

Governador do Amazonas obteve habeas corpus da ministra Rosa Weber, do STF, e não compareceu à CPI da Covid no Senado

Bolsonaro participou de culto interdenominacional das Igrejas de Anápolis (GO) ALAN SANTOS/PR - 09.06.2021

O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (10) a decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber que permitiu ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), não comparecer à CPI da Covid.

“Vocês viram a decisão da ministra Rosa Weber?”, perguntou a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. “Nem precisa ver. Querem investigar quem mandou o dinheiro, não quem possivelmente tenha desviado. E pode comparecer e ficar quieto também”, completou.

Pouco depois, Bolsonaro criticou a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), por, segundo ele, gerir indevidamente recursos para o combate à pandemia. “Inclusive, o Tribunal de Contas do Estado disse que ela tirou esse dinheiro da Saúde e gastou R$ 900 milhões como folha de pagamento. É isso? Aí eu sou genocida?”, comentou.

O presidente e seus aliados no Parlamento tentam ampliar o foco da CPI da Covid e incluir governadores na pauta da comissão, para tentar dividir a responsabilidade por eventuais erros de gestão da pandemia com lideranças regionais.

O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e o presidente, Omar Aziz (PSD-AM), no entanto, têm trabalhado para manter os trabalhos concentrados em medidas tomadas pelo governo federal.

Com o aval de Rosa Weber, Wilson Lima não compareceu ao depoimento que estava marcado para a manhã desta quinta-feira. A comissão anunciou que recorrerá da decisão do STF.

Resposta ao presidente da Argentina

Também hoje, Bolsonaro respondeu ao mandatário da Argentina, Alberto Fernández, que nesta quarta-feira (9) deu uma declaração com teor xenofóbico contra brasileiros e mexicanos ao tentar reforçar laços com a Europa.

“O presidente da Argentina falou que eles [argentinos] vieram da Europa de barco e nós, da selva. Eu lembro que depois que o [Hugo] Chávez morreu e o [Nicolás] Maduro assumiu, ele [Maduro] falava com os passarinhos que, segundo ele,  estavam encarnados na figura do Chávez. Eu acho que o Maduro e o Fernández para eles não têm vacina”, disse Bolsonaro.