Rio: vereador Dr. Jairinho é indiciado pela segunda vez por tortura de menor

Na época do crime, vítima tinha 3 anos de idade

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou hoje que a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) concluiu o segundo inquérito contra Jairo Souza Santos Junior, o vereador Dr. Jairinho, por torturar uma criança. Na época do crime, a vítima tinha 3 anos de idade. Segundo a polícia, a mãe do menino tinha um relacionamento com o acusado e também é indiciada no processo, por omissão e tortura imprópria. Os dois ainda vão responder por falsidade ideológica, por terem prestado informações falsas ao hospital.A investigação durou menos de dois meses e comprovou a tortura com base no Boletim de Atendimento Médico, em documentos e depoimentos de testemunhas, da vítima e da irmã do menino. Segundo a polícia, os relatos apontaram que a criança sofreu sufocamento com saco na cabeça e pisões no abdômen. Também sofreu uma fratura grave de fêmur, causada por uma tentativa de fugir do agressor, saindo do carro.

Nos documentos analisados pela delegacia, uma psicóloga do hospital que atendeu o menino relata que ele queria entrar no veículo da família. O casal alegou que a fratura e demais lesões haviam sido causadas por um “acidente automobilístico”, ou seja, passaram informação falsa para inclusão em documento público.

Os médicos registraram que o menino tinha, ainda, hematomas na bochecha e assaduras nos glúteos, o que comprova outras agressões sofridas no mesmo dia. A mãe da vítima continuou vivendo em um imóvel que pertencia a Jairinho e não comunicou os fatos às autoridades, além de ter permitido o agressor a sair sozinho com a criança em outra ocasião. A DCAV ainda investiga Dr. Jairinho em outros inquéritos em andamento, com a possibilidade de haver mais vítimas.

Caso Henry

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou o vereador Dr. Jairinho e a professora Monique Medeiros no dia 6 de maio, pela morte do filho dela, Henry Borel, de 4 anos. Os dois foram acusados por homicídio triplamente qualificado, tortura, fraude processual e coação no curso do processo. O menino morreu no dia 8 de março após sofrer graves agressões.

O vereador, expulso do partido Solidariedade após a prisão, passa por um processo de cassação do mandado na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.