Alternativas ao impacto trazido pelo uso de combustíveis fósseis e de grandes hidrelétricas seguem sendo buscadas, no mundo inteiro, pelos governos, empresas e entidades. O debate envolve o emprego de energias como a eólica, a solar e a utilização de recursos como biocombustíveis e o gás natural.
O tema entra em discussão na Rádio Guaíba, durante esta semana, reunindo especialistas e representantes de empresas que já investem no setor. O Especial Energia Sustentável, dentro da agenda do Debates Correio do Povo/Rádio Guaíba, ocorre com mediação do jornalista Guilherme Baumhardt na quarta, quinta e sexta-feira, sempre das 16h às 17h pela programação da rádio, além de transmissões pelas plataformas digitais do Correio do Povo.
Entre os convidados, personalidades como o presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza, e o presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do RS (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, além de Erasmo Battistella, presidente da BS Bios, empresa que produz por meio de oleaginosas e gorduras animais o biodiesel, um biocombustível renovável e menos poluente. Também devem participar dos debates representantes da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Ministério Público do RS, além de empresas como Banrisul, Sulgás, Braskem, Granja Carpenedo e Noale Soluções Ambientais.
Para o presidente do Sindienergia-RS, Guilherme Sari, a discussão de políticas públicas e propostas para desenvolver ainda mais a produção e abastecimento de energia renovável no Rio Grande do Sul deve ser constante. Em termos de energia eólica, o Rio Grande do Sul, observa ele, está bem posicionado, já que é o quarto em produção no país, atrás de Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará.
Por aqui, um dos destaques é o complexo eólico em Osório, mas o Estado hoje soma 80 parques eólicos com potência de 1.800 megawatts, o que significa, na prática, abastecimento para uma população de 2,5 milhões a 3 milhões de habitantes. “Já é 20% da geração do Estado”, assinala Sari, alertando, porém, que desde 2014 não se implanta um parque eólico no RS.
Entre as regiões com destaque no ramo de energias renováveis aparecem, além do Litoral, a campanha e a fronteira Oeste, em cidades como Bagé, Dom Pedrito, Lavras do Sul, Pinheiro Machado, Santana do Livramento, Quaraí e Uruguaiana.
O potencial de investimento no setor é robusto. Sari calcula ao menos R$ 10 bilhões se considerados projetos já instalados e estima, para novas iniciativas, até R$ 40 bilhões. Por isso, reitera, os debates sobre energia são importantes como ferramentas para “fazer acontecer”. Para isso, há o papel do Estado no sentido de estabelecer regramentos e licenciamentos, lembra o dirigente. “O grande passo é o Estado se mostrar organizado no planejamento energético”, ressalta.
Sobre o conceito de renovável, Sari reforça que “tudo que é renovável é considerado sustentável”. Além do vento sempre disponível e do sol, este sendo a principal fonte dos sistemas fotovoltaicos, o dirigente lembra a riqueza da bioenergia, que trabalha no abastecimento com itens como o bagaço da laranja ou a casca do arroz, entre outros componentes.
Sobre as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHS), ou até mesmo as “minis”, o dirigente ressalta serem importantes por não causarem os impactos de uma usina gigante que, muitas vezes, inunda e elimina espaços de comunidades. Com as PCHs, explica, é possível fazer geração com um fio de água, um sistema que pode ser aproveitado no meio rural e em pequenas propriedades.