Mutirão Infância Digna remete 847 inquéritos policiais referentes a crimes sexuais no RS

A ação ocorreu em diversos municípios do Estado, totalizando aproximadamente 1.200 vítimas

Foto: Polícia Civil / Divulgação

A Divisão Especial da Criança e do Adolescente (DECA), do Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil gaúcha, divulgou, na manhã desta terça-feira, as ações que vêm sendo desenvolvidas em todo o Estado desde o mês de março, até o dia de hoje, pelas Delegacias de Proteção à Criança e Adolescente. No período foram 847 inquéritos policiais remetidos ao judiciário com 1.200 vítimas. A divulgação das ações ocorreu em razão do dia 18 de maio ser a data que é celebrado o Dia Nacional de Combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

O mutirão infância digna foi implementado em diversos municípios do Estado. A ação consistente em focar na conclusão de inquéritos policiais referentes à crimes sexuais. Paralelamente a esta ação, tem sido realizada, desde o início do mês, a operação infância segura, cujo objetivo é apurar as denúncias que chegam pelos meios de comunicação. A Operação Infância Segura já resultou na apuração de aproximadamente 203 denúncias no mês de maio.

Denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes podem ser realizadas através do disque 100, 181 ou pelo WhatsApp de denúncia da Polícia Civil: 51 98444-0606.

Dados nacionais

Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança 2020 trazem dados alarmantes, tais como a ocorrência de, ao menos, um estupro a cada 8 minutos. Tais dados também nos mostram que 70,5% dos casos de estupro que foram registrados são estupros de vulnerável, ou seja, trata-se de casos que envolvem vítimas menores de 14 anos de idade ou pessoas que não possam oferecer resistência ao ato.

Por fim, importante destacar, que em 84,1% dos casos o autor era conhecido da vítima. Isso sugere um grave contexto de violência intrafamiliar, no qual crianças e adolescentes são vitimados por familiares ou pessoas de confiança da família, muitas vezes por pessoas com quem tinham algum vínculo de confiança.