Mapa quer estimular crédito privado na agricultura familiar

Objetivo é aumentar as alternativas de fontes para o segmento

Diário Oficial traz publicação de defensivos agrícolas, com genéricos e produtos mais modernos
Foto: Lavoura/EBC/Divulgação

O Ministério da Agricultura trabalha para aproximar instituições financeiras e agricultura familiar, com vistas a estimular o crédito privado no segmento. Uma reunião virtual entre representantes de ambos os setores ocorreu em meados de abril, com a participação de investidores, intermediada pelo Mapa. A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), que participou do encontro, vê a medida com desconfiança.

A intenção é anunciar a primeira operação-piloto, com recursos 100% privados, ainda em maio. Segundo o secretário-adjunto de Política Agrícola do Mapa, José Ângelo Mazzillo Jr, o objetivo é aumentar as alternativas de fontes para a agricultura familiar, mas sem deixar de lado os avanços obtidos com as políticas públicas. “Precisamos aumentar o acesso do produtor rural familiar às fontes de crédito para aumentar a competição”, resume. De acordo com ele, o mercado de crédito atual apresenta falhas, que permitem por exemplo que uma grande empresa do agronegócio possa obter financiamento a juros mais baixos que muitos agricultores familiares.

O próximo passo, segundo ele, é colocar a equipe econômica (Ministério da Economia e Banco Central) no mesmo passo. Além do crédito, o Mapa também tem debatido propostas de inovação para a agricultura familiar nas áreas de seguro, logística e comercialização. Segundo Mazzillo Jr, não há motivos para que os agricultores familiares temam um enfraquecimento do Pronaf. “Não há a menor possibilidade de o Pronaf não ficar melhor ou igual ao que foi no Plano Safra passado”, afirma.

O vice-presidente da Contag, Alberto Broch, demonstra preocupação. “A agricultura familiar necessita da institucionalização do crédito, de várias políticas públicas, e isso é um papel constitucional do Estado”, defende. Conforme o dirigente, a possibilidade de complementação do crédito via setor privado não deve diminuir a pressão para que o Estado cumpra o seu papel com políticas públicas.

Reportagem: Danton Júnior / Correio do Povo