“Tomaremos medidas mais restritivas, se necessário”, garante Leite sobre novo sistema de controle da Covid

‘’3As” entra em vigor em território gaúcho neste domingo

Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini / CP

Em entrevista coletiva, no fim da tarde desta sexta-feira, o governador Eduardo Leite afirmou que mesmo que o novo modelo de controle da pandemia, o “3As“, estabeleça maior poder de decisões para prefeitos e regiões, o Estado vai agir, com imposição de medidas mais restritivas, se necessário.

“O novo sistema vai analisar os indicadores e eventualmente pode haver situações em que, observando em diversas regiões ou numa grande maioria de regiões, um conjunto de indicadores que cresça em uma situação preocupante, possamos implementar medidas no Estado todo… bom, faremos o que fizemos em outra oportunidade. Chamaremos todas as regiões para reunir e, como fizemos com os prefeitos naquela oportunidade – quando precisaram aumentar as restrições entre o final de fevereiro e abril -, tentaremos sensibilizar para que todos estejamos juntos para o enfrentamento de, eventualmente, uma nova onda”, disse o governador.

Sobre a divisão da responsabilidade com os prefeitos, Leite destacou que a leitura feita sobre a pandemia, após um ano, permite ao Estado estar menos atrelado a fórmulas matemáticas, que eram utilizadas para classificar os indicadores e apontar os riscos nas regiões, no extinto modelo de Distanciamento Controlado.

Além disso, o governador reiterou a confiança nos gestores municipais, uma vez que, em caso de alguma região vir a apresentar uma situação mais grave e os prefeitos optarem por regras menos restritivas, vai ser necessária a aprovação de 2/3 das prefeituras. O chefe do Executivo gaúcho classificou essa medida como uma espécie de “trava de segurança” da nova ferramenta.

Proposta

O novo sistema, que entra em vigor neste domingo, se baseia no monitoramento de três indicadores para analisar a gravidade nas regiões: aviso, alerta e ação.

No primeiro, não existe obrigação de as regiões agirem. Trata-se, segundo o governador Eduardo Leite, de uma chamada de atenção. Já os alertas serão emitidos quando uma tendência grave for observada pelo Grupo de Trabalho (GT) Saúde do Comitê de Dados da pandemia. Esse alerta vai ser enviado ao Gabinete de Crise, que vai analisar se formaliza ou não o alerta para a região. Em caso positivo, a região é cobrada a agir.

Nesse nível mais grave, cabe à região apresentar um nível de resposta ao Gabinete de Crise. O Estado analisa, e, se a resposta for adequada, a região deve aplicá-la imediatamente. Em caso contrário, o governo pode estipular ações adicionais a serem seguidas na região em situação de alerta.

De acordo com o governador, os alertas terão validade nas regiões até que uma análise técnica do GT de Saúde do Comitê de Dados entender que houve algum indicador que justifique a retirada.

As regiões de Santo Ângelo, Ijuí e Cachoeira do Sul foram citadas pelo governador durante  a coletiva de imprensa, em função dos dados, e podem ser as primeiras a receberem “aviso” do governo.

Protocolos

Na proposta do governador Eduardo Leite, a população vai ser regida por dois tipos de protocolos: os gerais e os de atividades. Os protocolos gerais serão definidos pelo governo do Estado e devem ser seguidos obrigatoriamente por toda a população, em todas as atividades e em todos os municípios.

Já os protocolos de atividades são subdivididos entre obrigatórios e variáveis. Os da primeira categoria são específicos e devem ser seguidos para cada atividade e os variáveis serão propostos pelo Estado como padrão, mas poderão ser ajustados por uma determinada região para adequar as regras à realidade local. Para isso, 2/3 dos prefeitos de cada região Covid devem concordar com isso.