Um dia após a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão da vacinação dos professores em Esteio, três cidades da Região Metropolitana mantém a aplicação das doses contra Covid-19 nos educadores. A imunização está disponível, nesta sexta-feira (14), para os profissionais que atuam em Canoas, Gravataí, e Cachoeirinha.
A prefeitura de Canoas pretende vacinar 1.334 profissionais vinculados à rede municipal até o final da tarde. O processo teve início ontem, e se estende até às 17h em dez instituições de ensino. A campanha será suspensa imediatamente após a imunização do grupo atual, que não inclui servidores estaduais e de escolas privadas, e só será retomada quando houver aval do Governo do Rio Grande do Sul.
O mesmo procedimento foi adotado em Gravataí, que disponibiliza a primeira dose contra a Covid-19 aos professores da rede municipal, que atuam entre a Educação Infantil e o 5º ano do Ensino Fundamental. A imunização acontece em um drive-thru, instalado na sede da General Motors, e já contemplou 506 profissionais. A partir deste sábado, a campanha será suspensa até a resolução do imbróglio judicial sobre o tema.
Em Cachoeirinha, três mil doses são oferecidas aos educadores das redes municipal, estadual e privada. Segundo a prefeitura da cidade, os professores que atuam na Educação Infantil já estão sendo atendidos, e há a intenção de ampliar a campanha para os profissionais de outros níveis em breve. O município ainda não deu nenhum indicativo de que vai suspender o processo em razão da liminar concedida pelo STF.
Indefinição
Outras três localidades ainda não decretaram a suspensão e, tampouco, aplicam doses em professores nesta sexta. A programação da prefeitura de São Leopoldo prevê que todos os professores das escolas infantis – sejam elas públicas ou privadas – serão vacinados amanhã. Enquanto isso, Novo Hamburgo pretende dar início, na segunda-feira, a um drive-thru para o atendimento dos educadores infantis. A mesma data é prevista em Viamão.
Já a administração de Sapucaia do Sul ainda não definiu um posicionamento sobre o tema. A imunização só foi suspensa, de fato, em Esteio – município alvo da liminar, que já vacinou todos os professores com mais de 40 anos – e em Alvorada. A prefeitura de Porto Alegre, que chegou a dar início ao planejamento da campanha no setor, deixou o cronograma de lado graças à última orientação do Palácio Piratini.
Grupos prioritários
A decisão do ministro Dias Toffoli tem como base o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, que coloca os educadores no final da fila por uma dose contra a Covid-19. Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) orientou as cidades gaúchas a interromperem a aplicação das vacinas remanescentes em grupos que ainda não foram contemplados pelo Governo Federal.
Por outro lado, a Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) defende que as localidades que iniciaram a vacinação dos professores podem dar seguimento ao processo, desde que não sejam preteridos os grupos tidos como prioridade no PNI. Para a entidade, todas as dúvidas que surgem a respeito do tema são fruto da falta de clareza nas orientações do Ministério da Saúde.
