Indicadores de criminalidade: RS registra queda de 57,1% nos latrocínios em abril

De outro lado, mês teve aumento em 55,6% no número de feminicídios em relação ao ano passado

Foto: Grégori Bertó/SSP

O governo do Estado divulgou, nesta sexta-feira, os indicadores de criminalidade do mês de abril, destacando a redução das ocorrências de latrocínio (roubo seguido de morte) no Rio Grande do Sul. O número de casos reduziu 57,1%, de sete, em abril de 2020, para três, no mês passado.

Na comparação dos quatro primeiros meses deste ano e de 2020, há baixa de 23 para 20 casos (queda de 13%), a menor soma para o período desde o início do monitoramento, em 2002. Frente ao pico de 72 ocorrências no 1º quadrimestre de 2016, a redução chega a 72,2%.

Outro crime contra vida que registrou redução no mês passado é o de homicídio. O total de vítimas em abril caiu 32,4%, de 176, no último ano, para 119. É a sexta redução consecutiva na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A última alta ocorreu em outubro de 2020, quando houve elevação em razão de conflitos pontuais na Serra.

A tendência de queda nos homicídios se repete no cenário acumulado desde o início do ano. Na comparação dos intervalos entre janeiro e abril, a soma de vítimas de assassinatos baixou de 668 para 529, o que representa retração de 20,8% e 139 vidas preservadas, conforme o governo estadual.

O total nesses quatro meses também é o menor para período desde 2006, que registrou 481 óbitos. O pior dado é de 2017, que teve 1.153 assassinatos no RS entre janeiro e abril. A comparação com a soma deste ano representa redução de 54,1% – ou 624 mortes a menos.

Dezessete dos 23 municípios priorizados pelo governo, em razão de indicadores mais preocupantes, encerraram abril com queda ou estabilidade no número de assassinatos em relação ao mesmo mês de 2020 – em oito deles, não houve nenhuma vítima: Capão da Canoa, Esteio, Farroupilha, Guaíba, Ijuí, Lajeado, Pelotas e Tramandaí.

Em Porto Alegre, a retração nos homicídios atingiu novos recordes. Em abril, o número de vítimas de homicídios caiu 17,9%, de 28 no ano passado para 23 neste ano, o menor total desde 2010. Em relação à pior marca, de 70 mortes no quarto mês de 2016, o dado atual representa diminuição de 61,1%.

A Capital ainda lidera o ranking de reduções no acumulado desde janeiro, com baixa de 111 assassinatos no primeiro quadrimestre de 2020 para 88 em igual período de 2021 (20,7%). É também a menor soma nos últimos 11 anos e que representa 70,3% de retração na comparação com o pico de 2017, quando 296 gaúchos foram assassinados em Porto Alegre entre janeiro e abril.

Roubo de veículos cai quase pela metade

A ação de criminosos contra motoristas no Rio Grande do Sul decresceu quase pela metade em abril deste ano, comparado com o mesmo mês de 2020. O número de ocorrências de roubo de veículo caiu de 803 para 422, uma retração de 47,4%. É o menor total para o período desde o início da contagem desse tipo de crime e a primeira vez que abril encerra com menos de 500 ocorrências do tipo. A diminuição chega a 72,2% ou 1095 ocorrências a menos na comparação com a marca mais alta da série, de 1.517 roubos de veículos no quarto mês de 2017.

Feminicídios crescem

De outro lado, o mês de abril de 2021 teve aumento em 55,6% no número de feminicídios em relação ao ano passado. O número de vítimas de assassinato por motivo gênero no Rio Grande do Sul subiu de nove para 14. Das 14 vítimas, apenas duas eram amparadas por medida protetiva de urgência (MPU), ou seja, em 85% dos casos não havia qualquer determinação judicial para afastamento do agressor. O dado é semelhante ao identificado no Mapa dos Feminicídios 2020, no qual a Polícia Civil verificou que 93,7% das 79 vítimas no ano passado não tinham MPU em vigor à época do crime.

Entre os 14 feminicídios registrados em abril, em 92% os autores foram presos (11) ou morreram (2), por terem cometido suicídio no momento do crime. Apenas um criminoso ainda é procurado pelas autoridades. O índice é superior ao verificado no estudo da Polícia Civil sobre os assassinatos por motivo de gênero de 2020, entre os quais 83% dos autores foram detidos ou morreram por (suicídio ou intervenção de terceiros).

Nos demais crimes de violência contra a mulher, as tentativas de feminicídio (54,2%) tiveram queda em abril, devido em parte ao aumento dos casos que se consumaram. Ainda houve alta entre os registros de ameaça (7%), lesão corporal (4,3%) e estupros (12,6%). As autoridades sugerem que isso possa ser um reflexo do aprofundamento na subnotificação em abril do ano passado, mês em que houve o maior nível de restrições e redução na circulação de pessoas em razão da pandemia da Covid-19, o que pode ter encolhido a base de comparação para o momento atual, com a normalidade praticamente retomada e com o canal para registro online ampliado.

Confira os demais indicadores e mais detalhes sobre o levantamento neste link.