Jacarezinho: um terço dos mortos não tinha ação criminal no TJ do Rio

Nove dos 27 mortos não eram alvo de processos; Polícia garante ter anotações criminais contra todos, mas não revela detalhes

Foto: Betinho Casas Novas / Futura Press / R7

Um terço dos mortos pela Polícia Civil fluminense na Operação Exceptis, na última quinta-feira, não tinha processos criminais contra si no site do Tribunal de Justiça do Rio. Um levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo no portal da Corte na noite desse sábado apontou que nenhuma ação penal consta em nome de nove dos 27 mortos na ação na favela do Jacarezinho.

A Polícia garante que todos tinham anotações criminais, com base em informações próprias, mas não fornece detalhes. O jornal não teve acesso a inquéritos policiais – não sendo possível, portanto, checar se algum desses nove homens mortos era investigado por algum crime, mas ainda não denunciado à Justiça.

A operação policial na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio, provocou ao menos 28 mortes. A ação começou cedo, pouco depois das 6h, quando moradores já relataram a presença de helicópteros sobrevoando a região e tiroteio intenso.

Além dos mortos, houve feridos – inclusive dentro da estação de metrô de Triagem, da linha 2. Destes, 27 foram classificados pela polícia como “criminosos”. A eles se soma o inspetor André Leonardo de Mello Frias, também morto na operação.

Dentre os 18 mortos com processo criminal, a maioria é acusada de dois crimes. Foi possível encontrar pelo menos 22 acusações de crimes relacionados a tráfico de drogas e 14 a roubo.

Há ainda alguns casos de receptação e furto e uma acusação de estelionato. Em alguns casos, o mesmo réu responde por vários crimes, por isso a soma de delitos é maior do que o de mortos com processo.

Apenas três dos 27 mortos eram alvos de mandados de prisão na operação policial.