O Instituto Butantan recebeu, na manhã desta sexta-feira, o segundo lote com 520 mil ovos para a produção da ButanVac, imunizante produzido integralmente no país. De acordo com a previsão do instituto, serão produzidas 18 milhões de doses da nova vacina até junho e o número total de imunizantes poderá chegar a 100 milhões de doses ainda este ano.
As carretas entregaram o segundo lote de ovos para a produção da ButanVac. “Cada lote tem 520 mil ovos, cada ovo pode dar duas doses. Então, são, no mínimo, 1 milhão de doses produzidas por dia sendo produzidas na fábrica”, disse Dimas Covas.
Na quarta-feira, o governo anunciou que começará a fabricação de 1 milhão de doses da ButanVac mesmo sem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar os testes do imunizante em humanos. Na primeira fase, que se iniciou nesta quarta-feira e vai até o dia 18 de maio serão produzidas 6 milhões de imunizantes em seis lotes de vacinas. Em produção, existem hoje, segundo o instituto, 520 mil ovos. A previsão é de se obter duas doses por ovo.
Para a segunda fase, que será entre os dias 14 de maio e 1º de junho, está prevista a produção de mais seis lotes. Por fim, na terceira fase, que ocorrerá entre 28 de maio e 15 de junho, mais seis lotes de vacinas serão produzidas, totalizando as 18 milhões da vacina.
As etapas para a produção são semelhantes à da vacina da gripe. O primeiro passo para a produção é o recebimento e descarregamento dos ovos, submetidos ao controle da qualidade. A inoulação do vírus e a incubação são processos nos quais o vírus é colocado dentro dos ovos e se espera a sua multiplicação, permitindo, assim, que sejam feitos mais estudos. Nesse processo, os ovos ficam em áreas de transferências, acondicionados em incubadoras onde ficam por até três dias para que a multiplicação viral possa acontecer.
Em seguida, os ovos são encaminhados para o resfriamento. Nesta fase, colhe-se o líquido do ovo onde está concentrado o vírus replicado. Depois, há ainda as etapas de clarificação, purificação e filtração, além do envase nos frascos.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou ainda que o instituto recebeu na segunda-feira uma certificação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a fábrica que produz a vacina da Influenza, que será utilizada para a produção da ButanVac. “Essa vacina nasce em uma fábrica previamente qualificada pela OMS, o que nos dará uma vantagem no ponto de partida”, disse.
A produção de uma vacina ButanVac custa cerca de US$ 3 (quase R$ 17), praticamente um terço das duas doses (também uma vacina) da CoronaVac. Feito em parceira com o laboratório chinês Sinovac, o imunizante custa US$ 10,30 (quase R$ 57) aos cofres públicos.