Porto Alegre vai aplicar, nesta quarta-feira, somente a primeira dose das vacinas contra coronavírus na população acima dos 60 anos, em 15 postos de saúde e um drive thru (veja lista abaixo). Por falta do imunizante, a prefeitura suspendeu a aplicação da segunda dose até que novos carregamentos cheguem à cidade, no mês de maio. Segundo a Secretaria da Saúde, o estoque de vacinas AstraZeneca para a primeira dose é suficiente para manter a vacinação dos idosos com 60 anos ou mais, mas o avanço para a aplicação em pessoas com comorbidades depende da chegada de nova remessa.
As 30 unidades de saúde referência esgotaram os estoques da segunda dose ainda no início da tarde desta terça-feira, sem possibilidade de reposição. Os três drive-thrus precisaram de um reforço de 2.710 doses que vieram dos hospitais, que disponibilizaram todo o estoque. As farmácias credenciadas para imunização dos profissionais de saúde também tiveram que suspender as aplicações nesta terça-feira por falta dos imunizantes.
A prefeitura estima que as remessas, menores que o esperado, sejam efeito direto da suspensão na produção do Instituto Butantan, há duas semanas, por conta do atraso na entrega do IFA, insumo importado da China para produção da Coronavac no Brasil. Fernando Ritter, diretor da Vigilância em Saúde de Porto Alegre informou que o município previa receber ao menos 30 mil doses de Coranavac para aplicação da segunda dose, mas na última remessa, na sexta-feira, vieram apenas 7.730. O restante do lote recebido, de vacinas da AstraZeneca/FioCruz, é destinado principalmente para vacinação dos profissionais em atividade nos hospitais.
“Importante lembrar que, embora destinadas ao combate Covid-19, Coronavac e Astra Zeneca são vacinas diferentes. Não é possível usar uma para completar a outra”, salienta Ritter. Por isso, a suspensão envolve somente a vacinação do imunobiológico produzido pelo Butantan.
A próxima remessa de Coronavac deve chegar à capital a partir da próxima semana. A previsão do Instituto é entregar um novo lote ao Ministério da Saúde no dia 3 de maio, segunda-feira. Depois disso as vacinas ainda terão que ser remetidas aos estados, e então aos municípios.