Governo do RS garante avaliação “caso a caso” para liberar aulas presenciais somente mediante condições sanitárias

Eduardo Leite defende que educação "não tem como esperar a vacinação"

Piratini promete rigidez no cumprimento das medidas sanitárias. Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

O governador Eduardo Leite (PSDB) acredita que parte das escolas de Ensino Infantil e Fundamental terão aulas presenciais a partir da próxima segunda-feira (26). Entretanto, garante que cada instituição de ensino terá de passar pelo crivo da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) antes de reabrir as portas.

O político concedeu uma entrevista coletiva, nesta sexta-feira (23), com o objetivo de esclarecer pontos do decreto que incluiu a educação entre os setores que podem ser flexibilizados na cogestão do Distanciamento Controlado. Leite justifica a medida a partir dos potenciais prejuízos ao desenvolvimento das crianças, quando longe das salas de aula.

“Assim como os profissionais de saúde, do transporte coletivo, dos supermercados e outras áreas não puderam parar de trabalhar em meio à pandemia, é importante que a educação, que é essencial, continue. O potencial das crianças é determinado pelos estímulos que elas recebem na primeira infância. Depois, é muito difícil recuperar”, afirma o governador.

Segundo o Palácio Piratini, o processo de compra de equipamentos de proteção individual (EPIs) e materiais de limpeza, que vão abastecer as escolas públicas, já está em andamento. A retomada é condicionada, também, à resolução dos mais de 160 problemas de infraestrutura reportados pelos educadores da rede estadual.

“Cada escola faz o seu plano de contingenciamento. Depois, checamos as normas de todas as instituições. Serei a primeira a não permitir o retorno em algum lugar que não atenda às exigências. Estamos fazendo todo o esforço, possível e impossível, para garantir a segurança”, ressalta a secretária da Educação, Raquel Teixeira.

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) também está envolvida na definição dos protocolos a serem seguidos nas escolas. Até o momento, foram determinadas medidas como o distanciamento de 1,5m entre as classes, a individualização dos materiais e a suspensão de atividades que exijam o contato físico dos alunos.

“Educação não pode esperar a vacina”

Questionado sobre a antecipação da vacinação dos professores, que ainda não foi iniciada no Rio Grande do Sul, o governador reiterou que aguarda uma posição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) solicitou que a Corte autorize a aplicação das doses nos educadores, mas ainda não obteve resposta.

“Não defendemos o retorno ao normal, como era antes da pandemia. Existem protocolos, cuidados que devem ser tomados, que dão mais segurança às crianças do que elas têm hoje. Seria melhor ainda se houvesse a vacinação, mas a educação não pode esperar para retornar”, argumenta Eduardo Leite.

O político revelou que o Mapa do Distanciamento Controlado continua inteiramente preto em razão do sistema de salvaguarda de leitos, instalado para evitar um novo colapso no sistema de saúde. O indicador apresentou melhora na última semana. Se o ritmo for mantido, as bandeiras vermelha e laranja devem reaparecer no mapa da semana que vem.