Voluntários receberão R$ 38 mil para se infectarem com coronavírus

Objetivo de estudo britânico é avaliar chance de reinfecção em jovens que já tiveram a Covid-19 anteriormente

Foto: Reprodução/Pixabay

Jovens voluntários saudáveis serão deliberadamente expostos uma segunda vez ao coronavírus como parte de um estudo britânico para determinar como o sistema imunológico de uma pessoa que se recuperou da Covid-19 reage, anunciou a Universidade de Oxford nesta segunda-feira.

O estudo, que deve começar este mês, vai expor novamente pessoas com entre 18 e 30 anos que foram infectadas naturalmente com o coronavírus.

O experimento vai usar a cepa original que apareceu na China no fim de 2019, mas também está sendo considerada a possibilidade de incluir uma das novas variantes.

O objetivo é determinar qual dose do vírus é necessária para reinfectar uma pessoa e ver como o sistema imunológico responde.

Estudos nos quais os pacientes se expõem voluntariamente a um vírus podem revelar dados que “outros não podem”, por serem rigidamente controlados, segundo explicou a professora de vacinologia Helen McShane, que está liderando a pesquisa.

“Quando infectarmos esses participantes novamente, saberemos exatamente como seu sistema imunológico reagiu à primeira infecção por Covid, exatamente quando a segunda infecção ocorreu e exatamente quanto em vírus eles receberam”, acrescentou.

De acordo com a professora de Oxford, “as informações obtidas neste trabalho ajudarão a desenhar melhores vacinas e tratamentos, mas também a entender se as pessoas estão protegidas após a Covid e por quanto tempo”.

Na primeira fase do estudo, participarão 64 pessoas. A saúde desses voluntários — que receberão cerca de 5.000 libras (R$ 38,7 mil na cotação atual)— vai ser monitorada cuidadosamente por uma equipe de pesquisadores.

Um tratamento à base de anticorpos monoclonais, desenvolvidos pelo laboratório norte-americano Regeneron, vai ser adotado caso desenvolvam sintomas de Covid.

Após serem expostos ao vírus, eles serão colocados em quarentena por 17 dias e tratados em um hospital até que não representem mais risco de contágio.

O estudo vai ter duração de 12 meses e incluir oito consultas de acompanhamento após a alta hospitalar.

Os programas de exposição voluntária a vírus vêm desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento de tratamentos para doenças como malária, tuberculose, febre tifoide, cólera e gripe.

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