Estudo genômico das variantes da Covid-19 publicado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), nesta sexta-feira, detectou, pela primeira vez no Rio Grande do Sul, a variante B.1.1.7., que surgiu no Reino Unido. Apenas uma amostra é identificada com essa linhagem, em um morador de Pelotas sem histórico de viagem. A coleta ocorreu em 25 de fevereiro. Segundo a pesquisa, a investigação de contatos não mostrou relação com ninguém que tenha viajado.
De acordo com um dos autores do estudo, o especialista em saúde do Laboratório Central do Estado (Lacen) Richard Steiner Salvato, “mais amostras da região serão sequenciadas para compreendermos se este é um caso isolado ou trata-se de transmissão comunitária”.
Além do RS, a variante inglesa aparece em outros 11 estados brasileiros e no Distrito Federal. A B.1.1.7 é uma das que mais causa preocupação por apresentar alterações no comportamento do vírus. Essa linhagem é conhecida pela maior transmissibilidade, assim como a P.1 (de Manaus), além de uma possível maior severidade da doença. As linhagens mais frequentes desde o início da pandemia no Rio Grande do Sul foram as mesmas Identificadas no restante do país: B.1.1.33, B.1.1.28, P.2 e P.1. Atualmente, a linhagem P.1 predomina.
Conforme o Cevs, as amostras analisadas foram de indivíduos que vivem em 139 municípios do Rio Grande do Sul, de ambos os sexos e faixas etárias diferentes. O sequenciamento genético é realizado por diversos laboratórios, como Lacen/RS, Fiocruz/RJ, Funed/MG e o da Universidade Feevale, por exemplo.
Na última edição do boletim, foram incluídas amostras coletadas entre 9 de março de 2020 e 19 de março de 2021. Essa é quinta edição do boletim, de um estudo realizado desde fevereiro, contendo amostras coletadas desde o ano passado. No histórico, já foram detectadas 22 variantes diferentes em circulação no Rio Grande do Sul.