“Não dá para apagar os crimes cometidos”, diz Mourão sobre ex-presidente Lula

Vice-presidente comentou decisão do STF, que confirmou anulações de condenações do petista

Presidente em Exercício, Hamilton Mourão, concedeu entrevista à Rádio Guaíba nesta sexta (24) | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, na manhã desta sexta-feira (16), que, embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha decidido por manter as anulações das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava-Jato, os supostos crimes não podem ser apagados.

“Os crimes não são anulados. Os crimes estão aí. Está anulado o processo. Esses crimes foram julgados em três instâncias, três instâncias condenaram. Então, não dá para apagar o crime. Você não está passando uma borracha nos crimes, e sim no processo. Essa é a realidade”, disse o general da reserva do Exército.

Ontem, a Corte rejeitou recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a anulação das condenações de Lula na operação. A decisão se deu por 8×3, mantendo o ex-presidente elegível. Foram anuladas quatro ações envolvendo Lula, incluindo as condenações nos processos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia.

Trocas na PF

Sobre a troca na superintendência da Polícia Federal no Amazonas, o vice-presidente preferiu não polemizar, mas fez elogios ao delegado Alexandre Saraiva, que está de saída do posto.

“Saraiva é um cara sério, como imensa maioria dos delegados da PF”, afirmou. “Eu espero que o novo superintendente que vai assumir [delegado Leandro Almada] o Amazonas continue promovendo as mesmas ações que o Saraiva vem empreendendo.”

O novo diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu fazer mais trocas na chefia das unidades regionais da corporação e o Amazonas não ficou de fora.

Saraiva entrou em rota de colisão com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, após ter enviado ao STF notícia-crime contra ele, por obstrução de investigação ambiental, organização criminosa e favorecimento de madeireiros.