O Ministério Público denunciou, nesta quinta-feira, o ex-vereador de Porto Alegre Valter Nagelstein pelo crime de racismo. De acordo com a decisão da promotora de Justiça Ivana Machado Battaglin, o político “praticou, induziu e incitou discriminação e preconceito de raça, cor e etnia contra integrantes na nova legislatura da Câmara de Vereadores da capital” em áudio compartilhado após as eleições de 2020, na qual ele concorreu à prefeitura da cidade.
Na ocasião, Nagelstein disse que “fica cada vez mais evidente que a ocupação que a esquerda promoveu nos últimos 40 anos da universidade, das escolas, do jornalismo e da cultura produzem os seus resultados. Basta a gente ver a composição da Câmara: cinco vereadores do Psol, muitos deles jovens, negros. Quer dizer, o eco àquele discurso que o Psol foi incutindo na cabeça das pessoas. Vereadores estes sem nenhuma tradição política, sem nenhuma experiência, sem nenhum trabalho e com pouquíssima qualificação formal”.
Caso seja condenado, o ex-parlamentar, que atualmente é presidente do Instituto de Previdência e Assistência dos servidores municipais de Canoas, o CanoasPrev, pode pegar pena de dois a cinco anos de reclusão. A promotora também pediu que seja fixado valor mínimo para reparação do dano causado. O requerimento teve como base uma representação do Movimento Negro Unificado, com a assinatura de cerca de 40 entidades e organizações.
No dia 9 de fevereiro, Nagelstein já havia sido indiciado pela Polícia Civil pelo crime de racismo qualificado. Na ocasião, a delegada Andrea Mattos considerou que o então candidato à prefeitura da Capital atingiu todo o grupo racial ao resumir como “jovens, negros e sem nenhuma tradição política” alguns colegas, recém-eleitos.
Questionado pela reportagem da Rádio Guaíba, o advogado Gustavo Nagelstein, que representa o irmão na ação, disse que ainda não teve conhecimento da denúncia e, por isso, não pretendia se manifestar a respeito, neste momento.
