Confirmação da presença do vírus em áreas silvestres reforça importância da vacina contra a febre amarela no RS

Caso em Porto Alegre acendeu alerta nas autoridades

A circulação do vírus causador da febre amarela, doença transmitida por mosquitos Haemagogus, que habitam áreas silvestres foi confirmada nesta semana em amostras de um macaco bugio, encontrado morto em um bairro rural do extremo-sul de Porto Alegre. Em função deste achado e de outros casos suspeitos e confirmados em diversos municípios do Rio Grande do Sul, a Secretaria da Saúde (SES) recomenda a vacinação contra a febre amarela na população gaúcha desde os 9 meses até 59 anos.

Em fevereiro de 2021, o Estado divulgou, em nota informativa publicada pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o óbito de bugios na área de floresta da região Serrana, divisa com Santa Catarina e outros casos de primatas contaminados nas regiões Serra e Norte. Os bugios (e os macacos-prego, no caso do RS) são considerados sentinelas da febre amarela e não representam riscos à população. Esses animais servem como indicadores da presença do vírus no ambiente silvestre e adoecem depois que são picados pelo mosquito transmissor. Humanos não vacinados são contaminados somente ao serem picados por mosquitos infectados. Em áreas silvestres, o transmissor é o mosquito Haemagogus e, em áreas urbanas o vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A febre amarela urbana não é registrada no Brasil desde 1942.

Vacinação

A imunização deve ser realizada pelas secretarias municipais de saúde. Pessoas que não têm comprovação vacinal deverão ser considerados não vacinados e devem se dirigir às Unidades Básicas de Saúde. Crianças devem tomar a primeira dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos. A partir dos 5 anos, não vacinados recebem dose única. A recomendação de vacinação em dose única, de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunizações, vai dos 5 aos 59 anos.

A vacinação de pessoas com mais de 60 anos de idade, gestantes e mulheres que estejam amamentando crianças menores de 6 meses deve ocorrer em situações especiais (como emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, mediante a avaliação de risco/benefício, feita por um médico). Em mulheres que estejam amamentando, pode-se considerar a suspensão do aleitamento materno por 10 dias. Pessoas portadoras de comorbidades devem receber avaliação de risco/benefício prévia à vacinação.

A SES também alerta que, em ambientes silvestres, a população deve sempre usar repelentes, observando as recomendações de cada fabricante em relação ao prazo de ação efetiva de cada produto.