O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta quarta-feira a antecipação de 15,5 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 da Pfizer. Os imunizantes devem chegar ao Brasil nos meses de abril, maio e junho. Também presente na coletiva, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, declarou que a intenção é oportunizar a chegada de 520 milhões de doses de vacina em 2021, quantidade que seria fabricada pela Fiocruz e pelo Instituto Butantan. “Queremos ter a população imunizada ainda este ano”, afirmou.
Queiroga explicou na reunião sobre medidas de enfrentamento à pandemia foi discutidos diversos tópicos do assunto. “Discutimos a oferta dos insumos necessários para a rotina dos pacientes, principalmente para os kits de intubação, como sedativos, neuromusculares. Teremos o estoque fortalecido em todo o País nos próximos 10 dias. Além disso, vamos abrir um pregão internacional para adquirir esses fármacos com a intenção de reforçar ainda mais os estoques das secretarias estaduais e municipais de saúde”, disse.
Sobre a falta de oxigênio nos hospitais, o ministro anunciou a compra de 18 caminhões junto ao Canadá. “Estamos trazendo 18 caminhões importados do Canadá e o objetivo é trazer 50 caminhões para resolver esse problema de oxigênio. Além disso, a iniciativa privada está nos ajudando com cilindros. Vale lembrar que também os grandes centros estão com escassez, não só as cidades mais longínquas”, argumentou Queiroga.
Também ficou definida a criação da Secretaria Extraordinária para Assuntos de Covid-19 e a enfermeira Fanciele Fontana assumirá a secretaria. “Escolhemos uma funcionária de carreira para prestigiar a função pública e fortalecer os quadros do Ministério da Saúde. A enfermeira representa um milhão de profissionais de enfermagem no Brasil e, através dela, gostaríamos de reconhecer o trabalho dos profissionais que estão na linha de frente ao enfrentamento à Covid-19”, acrescentou.
Vacinas da iniciativa privada
Segundo o senador Rodrigo Pacheco, na segunda reunião do Comitê de Combate à Covid-19 do governo federal, foi discutido o projeto de lei referente à aquisição de vacinas pela iniciativa privada. “Lembro que a iniciativa privada já tem a autorização para adquirir vacinas, de acordo com a lei 14.125, com a obrigatoriedade de fornecimento integral das doses ao SUS, em obediência ao Plano Nacional de Imunização. O projeto está sendo discutido no colégio de líderes do Senado, há resistências, mas estamos analisando a situação no âmbito do diálogo”, destacou.
O comitê também avaliou a ampliação da residência médica no Brasil. “A habilitação de profissionais que possam atuar na linha de frente de combate à Covid-19 é fundamental porque precisamos de material humano qualificado para este atendimento à saúde. É uma preocupação do comitê e do Ministério da Saúde”, assegurou.
Pacheco falou que pediu que o ministério interceda para que as vacinas sejam aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com mais celeridade. “Pedimos a interferência do ministro da Saúde junto a Anvisa, para que a vacina Sputinik V seja liberada para a compra. Além de agilizar outros imunizantes”, disse.