Variante britânica do coronavírus não causa infecções mais graves, aponta estudo

Ensaios publicados na revista Lancet mostram, ainda, que mutação tem taxa de transmissão maior

Foto: Reprodução

Estudos científicos publicados em duas áreas da revista científica Lancet indicam que as pessoas infectadas com a variante do SARS-CoV-2 identificada no Reino Unido não contraem formas mais graves da Covid-19.

Em artigo publicado no boletim The Lancet Infectious Diseases, foram analisados 341 doentes admitidos no hospital do University College e no hospital da Universidade de North Middlessex em novembro e dezembro passado. A conclusão foi que os infectados com a variante não ficaram doentes com maior gravidade, mas a carga viral foi superior.

“Não se detectou prova de uma associação entre a variante e doença mais grave, com 36% dos doentes com a cepa britânica ficaram gravemente doentes e a morreram, quando comparado com os 38% dos que tinham uma variante diferente”, concluíram os pesquisadores, que reconhecem a necessidade de investigação mais aprofundada.

Em outro estudo, divulgado na publicação The Lancet Public Health, foi analisado dados submetidos à aplicação Covid Symptom Study entre setembro e dezembro de 2020, que foram cruzados com as análises genéticas regionais conduzidas pelas autoridades de saúde britânicas destinadas a detectar a presença de variantes.

Além disso, a proporção de pessoas que tiveram casos prolongados de Covid-19, com sintomas persistentes, não foi alterada pela presença da variante. No entanto, os autores do estudo concluíram que o índice de transmissibilidade (RT) é 1,35 vez superior na variante britânica.

A pesquisadora Britta Jewel, do Imperial College, comentou que o estudo contribui para o consenso de que a mutação do Reino Unido aumenta a transmissibilidade, o que levou, em grande parte, ao aumento exponencial de casos no Reino Unido e em outros países europeus.