Exame da Fiocruz atesta que febre amarela matou bugio na capital

Primatas não transmitem o vírus para humanos, mas servem de alerta para a circulação do vírus

Foto: Sérgio Louruz / Arquivo PMPA

Um exame de contraprova, realizado na Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), confirmou que a febre amarela causou a morte de um bugio, em fevereiro, em Porto Alegre. O primeiro exame para a doença, realizado em Porto Alegre, apresentou resultado negativo. O primata apareceu morto em um terreno no bairro Lageado, no extremo sul da capital.

A febre amarela é uma doença viral transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes que vivem em áreas silvestres. Os primatas não transmitem o vírus para humanos, mas a morte de bugios acende o alerta para a presença do vetor na região.

A febre amarela é uma doença com alta letalidade, prevenível através de vacina. O imunizante, em Porto Alegre, está a disposição em todas as unidades de saúde com salas de vacina. A administração da dose pode ser concomitante à da vacina da gripe. Já o intervalo em relação à vacina contra Covid deve ser de, no mínimo, 14 dias.

De acordo com o relatório da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, a epizootia (morte ou adoecimento na população animal) em bugios sinaliza a circulação do vírus em áreas de mata. Nesses casos, o bugio funciona como “sentinela”, alertando para a necessidade de verificação da situação vacinal da população.

Porto Alegre já é considerada área de vacinação para febre amarela, mas a confirmação da doença no bugio é importante para que os moradores da cidade verifiquem a carteira de imunização.

Profissionais de saúde também devem estar atentos ao quadro clínico inicial de febre amarela, que é caracterizado por início súbito de febre alta, dor de cabeça intensa e duradoura, inapetência, náuseas e dores intensas no corpo.

Histórico da doença

O Rio Grande do Sul não tinha a presença do vírus da febre amarela desde 2009. Em janeiro de 2021, um primeiro caso se confirmou no município de Pinhal da Serra, próximo à divisa com Santa Catarina. Desde então, foram mais 15, em outras cidades.

Esquema vacinal

O esquema vacinal varia de acordo com a idade:

Nove meses: uma dose, com reforço aos 4 anos;

Entre 11 e 19 anos: sem comprovação vacinal até os cinco anos, uma dose única. Se vacinado antes dos cinco anos, fazer uma dose de reforço;

Acima dos 20 anos: se vacinado antes dos cinco anos, fazer uma dose de reforço; sem comprovação vacinal, ou que nunca foram vacinados, administrar dose única em pessoas até 60 anos incompletos e, acima dos 60, somente com atestado médico.

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