Cidades gaúchas receberam menos doses de vacinas do que indicado nos frascos

Conselho das Secretarias Municipais da Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS) emitiu alerta para os profissionais da saúde sobre a verificação das doses

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Conselho das Secretarias Municipais da Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) emitiu alerta para os profissionais da saúde que estão aplicando as vacinas contra a Covid-19. De acordo com a entidade, mais de 100 cidades gaúchas já informaram o Ministério da Saúde que receberam frascos de imunizantes contendo doses a menos do que indicado.

Os casos aconteceram em imunizantes da CoronaVac, produzidos pelo Instituto Butantan. Cada frasco de vacina é suficiente para aplicação de 10 doses. Porém, de acordo com o Conselho, alguns frascos vieram contendo imunizante para aplicar oito e, até mesmo, sete doses. Considerando que os frascos, na grande maioria, vieram com oito doses, o Cosems/RS estima que o Rio Grande do Sul tenha recebido cerca de 20 mil doses a menos.

Segundo o presidente do Conselho, Maicon Lemos, a falta de doses passou a ocorrer a partir do oitavo lote recebido pelo Estado. “Da primeira à oitava remessa, as vacinas vinham correspondentes ao número que estava identificado nos frascos. A partir da oitava remessa, estamos na décima segunda, está havendo essa diferença para menos nos frascos da vacina CoronaVac”, afirma.

O Cosems/RS indica às secretarias que, ao identificar frascos de vacina com doses faltantes, realizem uma queixa técnica no site da Anvisa e notifiquem o Ministério da Saúde através do formulário de ocorrência de imunobiológico. “É importante que os municípios façam essa notificação em formulário que foi disponibilizado pelo Ministério da Saúde para que a gente possa ter esse controle e que o Ministério possa reportar à produtora. Porque o número de vacinas adquiridas não corresponde às vacinas que estão vindo nos frascos. Então, o Ministério da Saúde já está fazendo essa interlocução com as fabricantes”, explica Lemos.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) disse que as doses são envazadas de forma automatizada. Então, se vem oito doses significa que houve o envasamento de 1ml a menos. Assim como no início da vacinação houve relatos de extração de 11 doses. Portanto, é um problema com a calibragem que precisa ser observado por quem faz o envasamento. A SES reforça a necessidade de notificação quanto a eventuais casos de falhas, inclusive na hora da aspiração do conteúdo do frasco.

O mapa da vacinação do governo gaúcho mostra que o Rio Grande do Sul recebeu até agora 3.163.150 de doses das quais 3.143.854 foram distribuídas às prefeituras. Do total distribuído, pelo menos 64% já foi aplicado.

A reportagem aguarda posicionamento do Ministério da Saúde e do Instituto Butantan.

Íntegra da nota da Secretaria Estadual da Saúde

Observações referentes à quantidade e qualidade das vacinas são notificadas pelos municípios no sistema Notivisa, do Ministério da Saúde. Esta é a orientação que a SES tem dados para os municípios em qualquer eventualidade. Diante disto, se verifica, diante das notificações, se há problema com um lote ou um grupo de vacinas. As doses são envazadas de forma automatizada. Então, se vem 8 doses significa que houve o envasamento de 1ml a menos. Assim como no início da vacinação houve relatos de extração de 11 doses. Portanto, é um problema com a calibragem que precisa ser observado por quem faz o envasamento. O Ministério aciona e auxilia na correção. A SES reforça a necessidade de notificação quanto a eventuais casos de falhas, inclusive na hora da aspiração do conteúdo do frasco.

Saiba mais: Confira a orientação de notificação de queixas técnicas emitida pela ANVISA através do passo-a-passo.