Unicef revela que quase metade dos jovens desconfia das vacinas; maioria quer tomar

Mesmo sem confiar, 79% dos 1,4 mil entrevistados disseram que pretendem se imunizar

Foto: Cristine Rochol /PMPA

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgou, nesta quinta-feira, uma pesquisa com 1,4 mil adolescente e jovens brasileiros, entre 15 e 24 anos de idade. Dentre os entrevistados, 46% disseram não confiar totalmente nas vacinas contra a Covid-19. A enquete on-line se deu por meio de uma plataforma chamada U-Report.

Outros 54% disseram confiar muito nos imunizantes. Entre o outro grupo, 28% disseram confiar “mais ou menos”; 9% “um pouco”; e 9% “nem um pouco”.

Por outro lado, 79% dos pesquisados afirmaram que pretendem tomar a dose, 14% ficaram indecisos e 7% disseram que não querem se imunizar. Entre aqueles em dúvida ou que não pretendem se vacinar, 34% entendem que os imunizantes não são seguros, 30% disseram não saber o suficiente e 10% ouviram boatos negativos sobre as doses.

O objetivo da Unicef com esse levantamento era verificar a percepção desse público sobre a Covid-19 e como essa parcela da população se informa sobre o tema. A preocupação está ligada ao fato desse público influenciar as comunidades para a prevenção e divulgação de informações da pandemia.

Entre os boatos, os entrevistados citaram notícias falsas sobre outras doenças e mortes causadas pelos imunizantes, desinformação sobre possíveis efeitos colaterais que possam surgir, informações falsas sobre a não comprovação científica da eficácia das vacinas, notícias não verdadeiras sobre as vacinas serem responsáveis por mais mortes que o próprio vírus e por alterarem o DNA humano, por exemplo.

Os boatos chegaram aos pesquisados por meio de redes sociais (48%), pessoas próximas (22%), mídia (17%), conversas entre pessoas da região em que vivem (4%) e outros lugares (9%).

Cristina Albuquerque, chefe de Saúde do UNICEF no Brasil, fala da importância de manter bem informadas as pessoas dessa faixa etária. “Embora elas e eles ainda não estejam entre os grupos prioritários para a vacinação, elas e eles são importantes atores para replicar informações verdadeiras nos seus diferentes ambientes de convivência, e ajudar no combate às notícias falsas, online e offline. Para tanto, é fundamental que elas e eles estejam bem informados”, ressalta.

Para melhorar o fluxo de informação entre essas pessoas, o Unicef em parceria com a Viração Educomunicação lançou um programa chamado chatbot VacinasInfo, que funciona como uma central de dúvidas sobre as vacinas e a Covid-19. O robô pode ser acessado enviando a palavra-chave “VacinasINFO” para o WhatsApp ou página do Facebook do projeto, e pode ser acessado por toda a população. Entre os tópicos abordados, desenvolvimento, segurança e acesso às vacinas e orientações para se proteger da Covid-19.