Ugeirm Sindicato denuncia 113 presos em viaturas da Brigada Militar e celas da Polícia Civil

Em Porto Alegre, a 2ª DPPA, no Palácio da Polícia, abrigava 28 indivíduos na manhã desta quarta-feira

Detidos aguardam vagas nos presídios | Foto: Alina Souza / CP Memória

A Ugeirm Sindicato denunciou novamente a lotação de presos em delegacias da Polícia Civil e viaturas da Brigada Militar. Conforme a entidade de classe que representa os policiais civis, 113 detidos aguardavam vagas nos presídios na manhã desta quarta-feira. Alguns estão há dias. Na última segunda-feira, 90 presos aguardavam remoção para casas prisionais.

Em Porto Alegre, a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (2ª DPPA), no Palácio da Polícia, abrigava 28 indivíduos, sendo 14 em viaturas da BM e outros 14 nas dependências. Na 3ª DPHPP havia um preso. No Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) encontravam-se sete pessoas, dos quais uma com Covid-19. No Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) tinha três recolhidos e no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), outros quatro.

De acordo com a Ugeirm Sindicato, a DPPA de Canoas abrigava 20 presos, a DPPA de Novo Hamburgo possuía 15, a DPPA de São Leopoldo estava com oito, a DPPA de Gravataí com 12, a DPPA de Viamão com 10 e a DPPA de Taquara com um. O levantamento da entidade de classe inclui ainda delegacias de outras cidades.

Lembrando em nota oficial que é “quase consenso entre os especialistas, que o mês de abril deve ser um dos piores de toda a pandemia”, a direção da Ugeirm Sindicato enfatiza que “a realidade das Delegacias de Polícia da Capital e da Região Metropolitana só piora”.

Para o sindicato, as cenas de presos algemados em viaturas e lotando as celas das delegacias “não podem ser naturalizadas”. A Ugeirm Sindicato recorda que “existe uma decisão judicial, que obriga o governo a tomar uma atitude e remover todos os presos das delegacias” e que “essa decisão vem sendo solenemente ignorada”, com “a complacência do Judiciário e de todas as outras esferas de poder do nosso Estado”.

Os dirigentes fazem um alerta de que os policiais continuam expostos ao risco do contágio pelo novo coronavírus e à própria violência que pode ocorrer com essa situação. “As delegacias podem se tornar foco de disseminação do vírus, com a absurda aglomeração de presos e a circulação de pessoas que precisam dos serviços da Polícia, colocando em risco toda a população”, concluíram na nota oficial.