“Não há cristianismo sem vida em comunidade”, defende ministro da AGU

André Mendonça se manifestou durante o julgamento, no STF, da realização de cerimônias religiosas com público

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O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, defendeu nesta quarta-feira a realização de cerimônias religiosas com público, ainda que em número restrito. Ele falou no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema, realizado após decisões discordantes entre os ministros Gilmar Mendes, contra eventos com público, e Kassio Nunes Marques, a favor da liberação do público, considerando uma ocupação máxima de 25% da capacidade.

“Ser cristão é viver em comunhão com Deus e com o próximo. Ter compaixão é chorar junto, lamentar junto. Dar o suporte”, afirmou Mendonça, que deixou nas últimas semanas o posto de ministro da Justiça e Segurança Pública em reforma ministerial realizada pelo presidente Jair Bolsonaro.

O processo em julgamento se refere ao decreto do governo do estado de São Paulo que impede desde 15 de março a realização de cerimônias com público, em razão da entrada em vigência da fase emergencial do Plano São Paulo, que vetou esse e outros tipos de eventos como forma de combate à pandemia de Covid-19. O PSD contestou a decisão no Supremo.

Na defesa da presença de público em cerimônias religiosas, Mendonça, que é pastor presbiteriano, afirmou que “sem vida em comunidade não há cristianismo” e que “não há cristianismo sem a casa de Deus”. Ele também citou passagem bíblica em que Jesus fala “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”.

Mendonça citou dados de suicídios em outros países relacionando isso à liberação ou não de frequentar espaços religiosos durante a pandemia. E questionou se a decisão do STF dada em abril de 2020, garantindo a estados e municípios o direito de manterem as regras de quarentena, se tratou de um “cheque em branco”.