Novo programa de empregos sai a qualquer momento, reitera Guedes

Para manter vagas, projeto complementa renda de trabalhadores que tiverem redução de salário ou suspensão de contrato

Foto: Alan Santos / PR

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou nesta terça-feira que a equipe econômica vai renovar várias medidas de proteção social na esteira da escalada de casos e óbitos em decorrência da pandemia da Covid-19 no país, ressaltando que a reedição do programa BEM, voltado à preservação de empregos formais, sai em breve.

“Estamos renovando o programa de preservação de emprego, a qualquer momento. Foi um grande sucesso”, afirmou o ministro, em inglês, em videoconferência promovida pelo Itaú com investidores estrangeiros, em referência ao programa que no ano passado ofereceu complementação de renda a trabalhadores que tiveram redução temporária de salário e jornada ou suspensão de contrato.

Guedes lembrou já ter anunciado a prorrogação do pagamento de impostos (para o Simples Nacional) e citou a antecipação, para os idosos, do pagamento do 13º. “Estamos repetindo o protocolo da última crise (primeira onda), mas com muito mais foco desta vez. Temos também substancialmente menos impactos fiscais que nós tínhamos antes”, acrescentou.

Guedes disse ter observado uma “surpresa” na atividade econômica nos primeiros dois meses deste ano, com a criação de novos postos de trabalho no mercado formal, bem como dados positivos para arrecadação no bimestre e no mês de fevereiro. O país abriu 401.639 vagas formais de trabalho em fevereiro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e 258.141 vagas em janeiro.

Já do lado da arrecadação, no acumulado dos dois primeiros meses do ano, a arrecadação avançou 0,81% em termos reais, a R$ 308 bilhões, melhor resultado para o período desde 2000. “Nós temos bons sinais com respeito a como a economia está se comportando, principalmente considerando os meses de janeiro e fevereiro, em que nós não tínhamos nenhum tipo de concessão financeira sendo fornecida e ainda sim apresentou resultados muito bons”, avaliou.

Eletrobras

Guedes disse que estudos acerca da desestatização da Eletrobras devem levar até nove meses para serem concluídos e projetou que, no máximo até o início de 2022, a companhia já deva estar capitalizada. “Ao fim do ano, ou no máximo no início do ano que vem, deve estar capitalizada, como dizem aqui”, disse.

O ministro classificou como “apenas o início” a inclusão da Eletrobras e dos Correios nos programas de desestatização do governo e afirmou: “Pessoalmente, acho que uma boa companhia estatal é a que é privatizada”.

Em fevereiro, o governo do presidente Jair Bolsonaro entregou uma medida provisória associada aos planos de privatização da elétrica federal. A MP autorizou o BNDES a iniciar estudos sobre a desestatização da companhia.