Empresários endossam pedido de reabertura dos restaurantes aos finais de semana

Medida, que também se aplica a bares e lancherias, foi sugerida ao Estado pela prefeitura de Porto Alegre

Foto: Alina Souza / Correio do Povo

O pedido de ampliação no horário de funcionamento e retomada das atividades do setor gastronômico aos finais de semana, enviado pela prefeitura de Porto Alegre ao Governo do Rio Grande do Sul, é visto com bons olhos pelos empresários. A categoria projeta quebra de faturamento de 70% em março – e, por isso, classifica bares, restaurantes e lancherias entre os negócios mais afetados pelo agravamento da crise sanitária.

Se aprovada pelo Gabinete de Crise, a solicitação possibilitará que os estabelecimentos estendam até às 21h a permanência dos clientes nas mesas. A entrada do público nos locais aconteceria até às 20h – duas horas a mais do que o previsto hoje. Os mesmos horários seriam aplicados nos finais de semana e feriados – dias em que, atualmente, o setor fica de portas fechadas em todo o Estado.

“A gente perde uma fatia de faturamento muito significativa com o fechamento aos finais de semana. Também temos batido na tecla de podermos trabalhar até às 22h. Mesmo expandindo até às 20h, não conseguiríamos atender ao segmento que trabalha com o jantar”, explica a empresária Maria Fernanda Tartoni, que preside a sucursal gaúcha da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Extinção de empreendimentos preocupa

A entidade estima que o Rio Grande do Sul perdeu 40% dos empreendimentos do tipo desde o início da pandemia de Covid-19, a um ano. Conforme a categoria, o período de flexibilização das atividades econômicas, que se estendeu entre maio de 2020 e fevereiro de 2021, foi suficiente para que os bares e restaurantes colocassem as contas em dia. Mesmo assim, o setor permanece focado na subsistência.

“As pessoas não tem hora para comprar um sapato, um vestido, um eletrodoméstico. Tu pode se organizar e ir buscar, de segunda a sexta-feira, no horário determinado pelas autoridades. No restaurante, é diferente. O almoço acontece ao meio-dia, e o jantar à noite. Ninguém janta às 17h, né? Esse segundo fechamento foi um baque muito forte, trazendo a possibilidade de mais fechamentos”, lamenta Tartoni.

Ainda não há uma data para que o pedido da prefeitura de Porto Alegre seja debatido no grupo de especialistas do Palácio Piratini. Na prática, a solicitação entra em conflito com a normativa que restringe todas as atividades não-essenciais entre 20h e 5h no Rio Grande do Sul. Até que a deliberação aconteça, a gastronomia permanece operando, no período noturno, exclusivamente nos sistemas de drive thru e pegue e leve.