O Rio Grande do Sul está em bandeira preta por mais uma semana, de acordo com a 45ª rodada modelo distanciamento controlado. Com a avaliação, o estado chega à terceira semana consecutiva em que há altíssimo risco de contágio do coronavírus em território gaúcho, e permanece assim até o dia 21 de março, sem a possibilidade de realização do sistema de cogestão, que permite a adoção de regras mais brandas pelas prefeituras, similares às da bandeira vermelha.
A manutenção nesta classificação, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), ocorreu porque mesmo com acréscimo de 3% no número total de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) existentes e a redução dos internados por outras enfermidades, a elevação dos confirmados com Covid-19 em UTI manteve quase a totalidade dos leitos de UTI ocupados na rede do SUS. Atualmente, o Rio Grande do Sul trabalha com uma sobrecarga de 107,4%, a maior desde o início da pandemia, sobretudo em função da taxa dos hospitais privados, que é de 131,5%.
Ainda conforme a SES, nesta rodada, novamente as regiões de Bagé e Pelotas tiveram dados compatíveis à classificação da bandeira vermelha, por conta da variação de leitos de UTI. Mas, devido à regra da salvaguarda, cujo objetivo é evitar o colapso da regulação de leitos estadual e garantir que haja possibilidade de transferência de pacientes, a classificação mais branda não foi possível.
O estado também apresentou piora em todos os 11 indicadores monitorados pelo Comitê de Dados da Covid-19. Entre os quais, o número de registros de novas hospitalizações (+19%), de internados em leitos clínicos (+27%), de internados em UTIs (+19%) e de óbitos (+54%), contabilizando 1.343 mortes em apenas sete dias. Na última quinta-feira, houve, inclusive, recorde no número diário: foram 276 mortes confirmadas em apenas 24 horas.
Número de internados em UTIs teve aumento de quase 240% nos últimos 30 dias
Há um mês eram 800 pessoas em leitos de UTI confirmadas com Covid. Agora, um mês depois, esse número é de 2,4 mil, o que corresponde a um salto de 239,9%.
“Se esse ritmo continuasse, teríamos de triplicar o número de leitos, o que é inviável. Esse é o tamanho do nosso drama”, analisou o governador Eduardo Leite.
Até o momento, o estado ampliou em 137%, desde o início da pandemia, a capacidade hospitalar, Há, ainda, previsão da abertura de mais 183 leitos de UTI nos próximos 10 dias.