Com UTIs superlotadas, Porto Alegre registra aglomerações em parques sem fiscalização

Protocolo da bandeira preta proíbe permanência em locais públicos como parques, praças e orlas; fiscalização admite que conta com a "colaboração" popular 

Foto: Fabiano do Amaral/CP

Mesmo com a superlotação do sistema hospitalar e o agravamento da pandemia da Covid-19 em Porto Alegre, parte da população segue circulando livremente em pontos de lazer da cidade, sem a devida fiscalização. Apesar de a bandeira preta proibir a permanência em parques como Redenção, Marinha do Brasil e Parcão, e espaços como a Orla do Guaíba, muitos parecem desconsiderar as restrições.

No fim da tarde de sexta-feira, por exemplo, a reportagem do Correio do Povo flagrou diversos pontos de aglomeração à beira do Guaíba, mais especificamente no bairro Vila Assunção, na zona Sul da capital. O fluxo intenso se estendeu até a noite. Um dos pontos que mais chama atenção, pelo número de bancos ocupados, é a região do antigo Bar Timbuka, na avenida Guaíba.

Entre os frequentadores, diversas pessoas sem máscara de proteção. Para essas, o entardecer de sexta-feira não parecia estar ocorrendo em plena pandemia. Alguns levaram a própria cadeira de praia para contemplar o Guaíba.

Conforme o protocolo da bandeira preta, instituída pelo Modelo do Distanciamento Controlado do Estado, está proibida a permanência de pessoas em locais públicos como parques, praças e orlas em todo o Rio Grande do Sul.

O comandante da Guarda Municipal de Porto Alegre, Marcelo Nascimento, informou que o efetivo está realizando fiscalização para coibir esse tipo de comportamento. “Vamos organizar ações nos locais visando resolver isso, porém dependemos muito da colaboração da população”, declarou.

Terceira semana em bandeira preta no RS

Com piora em todos os índices, o governo do Rio Grande do Sul manteve nesta sexta-feira todas as regiões gaúchas em bandeira preta na 45ª rodada do Distanciamento Controlado e com o sistema de cogestão suspenso até 21 de março, como já havia antecipado na semana passada. É a terceira semana seguida na mesma situação.

Todos os 11 indicadores da velocidade de propagação do coronavírus e a capacidade de atendimento hospitalar tiveram piora nesta semana, mesmo calculados em cima de números recordes da semana anterior. O RS chegou a contabilizar 1.343 mortes em apenas sete dias – aumento de 54% ante a semana anterior. Na quinta-feira, houve recorde no registro diário: foram 276 mortes confirmadas em apenas 24 horas.