Setor hoteleiro projeta perdas de 80% com pandemia de Covid-19 em Porto Alegre

Chegada da vacina é esperança para revitalizar a economia

As medidas restritivas impostas pelo decreto de bandeira preta do governo do Rio Grande do Sul, devido ao agravamento da pandemia do novo coronavírus, afetaram muitos setores da economia, em especial o de hotelaria. O presidente do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Carlos Henrique Schmidt, projeta que, desde o início da pandemia o setor tenha perdido aproximadamente 80% do faturamento. “Ainda não temos um levantamento oficial, mas as perdas são irreparáveis. É uma situação bastante delicada”, afirmou.

Schmidt lembrou ainda que Porto Alegre soma em torno de 130 hotéis e 18 mil leitos. “Cerca de 7,8 % dos hotéis fecharam e não abriram mais. Hoje temos menos de mil leitos ocupados, dos cinco mil disponíveis determinados pelo decreto da bandeira preta”, revelou. Ele destacou também que a liberação de 30% da ocupação de quartos, não surtiu efeito. “A falta de cliente é maior do que as exigências estabelecidas pelo governo. Mesmo antes da bandeira preta, por conta da pandemia, já era muito baixo na maior parte dos hotéis”, contou.

Vacina

Para Schmidt, só a chegada da vacina pode fazer com que a economia cresça novamente e o setor de hotelaria volte a ter a situação normalizada. “Não sabemos se neste ano ainda. Talvez seja somente em 2022, principalmente porque não temos nem 5% da população vacinada no Brasil. A situação do nosso setor é calamitosa”, enfatizou.

Ocupação e receita

Segundo o gerente-geral do Master Hotel Porto Alegre, Roberto Snel, o impacto da pandemia foi implacável para o hotel em 2020, com perdas em ocupação e receita. “Fechamos o ano com apenas 28% de ocupação, sendo que em 2019 tivemos 60%”, revelou o gerente, lembrando que houve também uma redução de 53% em número de hóspedes de um ano para o outro. “Além disso, tínhamos quase 70 colaboradores e hoje estamos operando com 41”, ressaltou.

Snel destacou, ainda, que o Master Porto Alegre Hotel conta com 172 apartamentos e está com apenas 19 ocupados atualmente. “A queda brutal do turismo de negócios, e o cancelamento de grandes eventos (especialmente os congressos e feiras), também causaram estragos na hotelaria de Porto Alegre”, afirmou o gerente, que lembrou ainda que a diária média do hotel, que em 2020 era de R$ 230, hoje está em R$ 199.

“A perspectiva é de que até o final do primeiro semestre os números não sofram incremento suficiente para manter todos os hotéis da capital com as portas abertas, especialmente se os decretos ainda restringirem o comércio e a circulação de pessoas e se a vacina demorar a abranger a população em geral”, afirmou.