GM interrompe fabricação de veículos em Gravataí por três meses

Montadora prevê que produção seja normalizada somente em julho

Com a suspensão dos contratos, os funcionários devem ter acesso a benefícios como o Seguro Desemprego. Foto: Mauro Schaefer/Arquivo/Correio do Povo

Após dar férias coletivas de um mês aos trabalhadores da fábrica localizada em Gravataí, a General Motors (GM) anunciou, nesta quarta-feira (3), a suspensão da produção de veículos por mais dois meses. Com isso, a medida, motivada pela falta de peças para abastecimento da linha, vai se estender até o final do mês de maio.

Em nota, a montadora atribuiu o problema às “paradas de produção durante a pandemia, e à recuperação do mercado mais rápida que o esperado”. Conforme a GM, a escassez de suprimentos que afeta a indústria automotiva na América do Sul deve provocar reflexos até julho, mês em que está previsto o retorno ao volume de produção regular.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, afirma que a categoria compreende o momento da empresa, e que não há indicativos de demissões na fábrica de Gravataí. O pagamento adiantado da participação dos funcionários nos lucros da GM e de abono estão mantidos.

“Demissões pontuais sempre existem, isso faz parte. Mas esse não é o caso. Nós já tínhamos aprovado o lay-off, por um período de dois a seis meses, só que a empresa ia manter um turno funcionando. Hoje, eles nos chamaram para dizer que a paralisação vai ser total.”, relata o líder sindical.

Com a suspensão dos contratos, os funcionários devem ter acesso a benefícios como o Seguro Desemprego até a normalização das atividades na fábrica. Cerca de 5 mil trabalhadores, entre funcionários da própria GM e de fornecedoras, estão vinculados à unidade instalada em Gravataí.