Um paciente de 50 anos morreu vítima da Covid-19, à espera de um leito de UTI. na rede pública de saúde de Porto Alegre. Na tarde de hoje, o Rio Grande do Sul só tinha 70 leitos disponíveis. Em Porto Alegre, eram 13 livres para uma fila de 156 pessoas, internadas em emergências e esperando vaga de UTI, conforme a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Júlio César da Silva Lomando morreu na madrugada passada, cerca de 48 horas depois de ter sido diagnosticado com a doença. Segundo a família, Júlio deu entrada em uma uma unidade de pronto atendimento da capital, na sexta. Por falta de equipamentos para a intubação e sem leito disponível, ele ficou apenas com oxigênio em uma sala de emergência.
“Ele precisava de um tubo no primeiro dia que ele foi internado e não tinha como intubar porque não tinha tubo. Uma pessoa teve que vir à óbito, aí quando essa pessoa faleceu eles tentaram intubar meu tio, só que ele não resistiu”, relatou Raquel Lomando de Assis, sobrinha do paciente.
Ao menos seis casos semelhantes já haviam se registrado, na semana passada, em cidades do interior gaúcho. Não há dados oficiais computando esse tipo de situação.
O Rio Grande do Sul passa pela fase mais crítica da pandemia de Covid desde março do ano passado. Atualmente, 11 dos 17 hospitais da capital atendem com lotação máxima nas UTIs. O cenário nas unidades de pronto atendimento também piorou. Em algumas, a superlotação ultrapassa 546%.
SMS admite falta de vaga
A Secretaria Municipal da Saúde nega que tenha faltado medicamentos, mas confirma que o paciente Júlio César morreu aguardando por uma vaga na UTI. Durante o fim de semana, Porto Alegre registrou 142 pessoas na fila de espera por um leito e lotação, nas UTIs, superior a 100%.
De acordo com o governo estadual, o principal obstáculo para a criação de novas vagas não é a falta de equipamentos, mas sim de profissionais e insumos para tratar os doentes.
*Com informações da Rádio Guaíba