Em uma semana, ao menos seis pacientes perderam a vida aguardando leitos de UTI no RS

Último caso se registrou na noite dessa quinta-feira, em Nova Prata, na Serra gaúcha

Foto: Ricardo Giusti/CP

Chegou a seis o número de pessoas que perderam a vida aguardando transferência para leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desde a sexta-feira passada, no Rio Grande do Sul. O último caso registrado ocorreu na noite dessa quinta-feira, na Serra gaúcha.

Na ocasião, uma idosa de 73 anos, internada no Hospital São João Batista, em Nova Prata, não resistiu à espera pela transferência para uma UTI. Conforme o administrador do hospital, Marcos Santori, ela era moradora do município de São Jorge, foi intubada, na última segunda, em um leito de enfermaria e havia sido inscrita na central de regulação de vagas. Entretanto, não surgiram vagas liberadas naquela região devido ao colapso no sistema de saúde no Rio Grande do Sul. O Hospital São João Batista é referência para oito municípios da região para esse tipo de atendimento.

A situação se soma a outros cinco casos semelhantes. Na madrugada da última quarta-feira, uma mulher, de 48 anos, morreu esperando transferência para um leito de UTI, internada no Hospital de Santo Antônio da Patrulha, no litoral Norte, que não dispõem de leito de tratamento intensivo.

Já em Canoas, na região Metropolitana, um homem, de 45 anos, internado na Unidade de Pronto Atendimento Guajuviras morreu na última terça-feira. A solicitação de transferência para um leito de UTI junto ao sistema de regulação havia sido feita no dia 19 de fevereiro, um dia após ele ser internado no Pronto Atendimento. Ele obteve a vaga de transferência para o Hospital Nossa Senhora das Graças no no dia 22, mas como o quadro clínico se agravou, a transferência ficou impossibilitada, o que resultou no óbito.

Os outros casos de pacientes que morreram pelo mesmo motivo foram registrados em Morro Reuter, no Vale do Sinos, Boqueirão do Leão, no Vale do Rio Pardo, e em Não-Me-Toque, na região Norte.

O que disse a SES

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirmou que está atenta ao avanço da pandemia, principalmente no que se refere à evolução do quadro clínico dos pacientes.

O documento enfatiza que, por meio do Departamento de Regulação Estadual (DRE), está fazendo todos os esforços para efetuar as transferências de todos os pacientes que precisarem de vagas para atendimento intensivo e de urgência.

A nota esclarece, ainda, que as transferências ocorrem com base em informações de municípios, pronto-atendimentos e hospitais que não dispõem de leitos de UTI. Assim, o Sistema de Gerenciamento de Internações (Gerint) processa as solicitações e indica os locais para que sejam feitas as internações em hospitais de referência regionais que tenham estrutura e capacidade instaladas para receber pacientes em estado grave.

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