RS fica todo em bandeira preta a partir de sábado

Recurso "salvaguarda" é deliberado pelo Gabinete de Crise frente ao baixo número de leitos livres na rede hospitalar

EPTC registrou aumento de 11% na circulação de passageiros | Foto: Cristine Rochol/PMPA
Medidas foram tomadas para diminuir a circulação das pessoas para tentar frear avanço da Covid-19 no RS | Foto: Cristine Rochol/PMPA

Todas as regiões do Rio Grande do Sul ficarão em bandeira preta, de maior risco epidemiológico, no mapa definitivo do Distanciamento Controlado a ser divulgado nesta sexta-feira. As regras entrarão em vigor no sábado, com a suspensão da cogestão.

A decisão integra o recurso salvaguardas, deliberado pelo Gabinete de Crise, para situações em que a proporção de leitos livres para leitos ocupados seja inferior a 0,35. O governador Eduardo Leite detalhou a medida em transmissão ao vivo nas redes sociais, nesta quinta-feira.

“É um momento de urgência, precisa de comprometimento de todos. A situação é muito grave”, apontou Leite. De acordo com ele, a medida também cumpre um papel de conter disparidade. Ou seja, uma região que cumpre protocolos mais flexíveis e, por isso, possa ter maior taxa de transmissibilidade do vírus não comprometer uma região vizinha com restrições mais severas e menor circulação da população.

A previsão do governador é que uma semana da medida em vigor já seja o suficiente para frear o alto índice de transmissão do vírus. Também fica mantida, em todo o Rio Grande do Sul, o decreto de restrição noturna de atividades não essenciais, incluindo os supermercados, entre 20h e 5h.

De acordo com o anúncio, nenhum protocolo deve ser alterado especificamente para a bandeira preta. Ainda assim, as aulas para a educação infantil e 1º e 2º anos do Fundamental seguem autorizadas, desde que sejam obedecidos os protocolos de prevenção. No entanto, Leite não descartou a possibilidade de novas restrições para todo o território gaúcho. “Vamos continuar trabalhando e vendo qual a necessidade”, sinalizou.

Mais cedo, Eduardo Leite conversou com o presidente da Famurs, Maneco Hassen, e demais prefeitos, e optou pela suspensão da cogestão por uma semana. O governador reforçou que conta com a cooperação dos gestores municipais. “Prefeitos podem até ter visões distintas, mas entendo de que houve a manifestação consciente para respeitar as regras. Eu conto com a consciência de obediência à lei e à regra. E completou: “condutas que se desalinhem, abertamente confrontem, serão passíveis de responsabilização judicial.”

O Rio Grande do Sul chegou, nesta quinta-feira, a 12.149 mortes por Covid-19 – sendo 120 reportadas nas últimas 24 horas. O total de infectados, nos últimos 11 meses, é de 624.831, 94% recuperados da doença. A taxa de mortalidade por coronavírus, segundo os dados estaduais, é de 106,8 por 100 mil habitantes.