A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ) e outras 15 pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a empreiteira Odebrecht. Ambos rebatem as acusações.
A denúncia, feita com base em delações e planilhas, é um desdobramento da Operação Lava Jato. Ela é assinada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e narra de forma detalhada o esquema que envolveu o grupo Odebrecht para o pagamento de vantagens indevidas, em troca de apoio na Câmara dos Deputados para pautas de interesse da empresa.
Os crimes apontados ocorreram entre 2008 e 2014, segundo a acusação. A PGR sustenta que o deputado federal Arlindo Chinaglia solicitou vantagem indevida e recebeu promessa do executivo Marcelo Odebrecht de pagamento no valor total de R$ 10 milhões, por meio do então deputado federal Eduardo Cunha. Pagamento esse feito em suposta contrapartida à atuação em benefício dos interesses da empresa em questões relativas aos projetos hidrelétricos do Rio Madeira, no estado de Rondônia.
A denúncia aponta que Arlindo Chinaglia recebeu pelo acordo, em vantagens indevidas, R$ 8,7 milhões, em 36 repasses.
Segundo o MPF, para distanciar ainda mais o dinheiro derivado de crimes antecedentes praticados, a organização criminosa realizou operações financeiras por meio de pessoas físicas e jurídicas vinculadas direta e indiretamente ao grupo Odebrecht e ao beneficiário final dos valores, o deputado federal Arlindo Chinaglia.
O ex-deputado federal Eduardo Cunha, outro denunciado, está preso desde 2016 e já sofreu duas condenações na Operação Lava Jato do Paraná, sendo uma pena de 14 anos e 6 meses e a outra de 15 anos e 11 meses.