“Talvez a expectativa de vacinação gere uma falsa sensação de segurança”, diz secretária da Saúde

Segundo Arita Bergmann, pasta divulga nesta semana estudo atualizado com perfil de infectados

Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) segue trabalhando para determinar as causas e características do novo pico de transmissão da Covid-19 no Rio Grande do Sul. Um estudo, praticamente finalizado, deve ser divulgado ainda nesta semana para alertar a população quanto aos grupos que mais estão sendo afetados pela doença neste momento.

Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, nesta terça-feira (22), a secretária Arita Bergmann antecipou que o número de pessoas jovens hospitalizadas preocupa as autoridades. O indicador é atribuído às condutas classificadas como “irresponsáveis”, mais comuns nesta faixa-etária, como as aglomerações registradas no Litoral Norte.

“Parece que a população perdeu o medo. E, talvez, a expectativa de vacinação gere uma falsa sensação de segurança, de que tendo vacinas as pessoas estarão imunizadas. O Governo do Estado tem, permanentemente, feito campanhas – que parecem não ser suficientes para atingir diretamente o público jovem”, lamentou Arita.

Apesar da expressiva alta no número de internações decorrentes do coronavírus no Rio Grande do Sul, o Governo do Estado não confirma a circulação das variantes identificadas em outras partes do país, como a brasileira e a britânica. Já há, entretanto, diagnósticos relacionados à mutações, ainda que não se saiba o impacto disso no panorama atual.

“As equipes de vigilância identificaram muitos tipos de vírus no Estado, isso já no ano passado. Ainda precisamos de tempo para avaliar, de fato, o impacto dessas mutações e qual a população que mais está adoecendo e internando. A partir disso, vamos poder fazer intervenções dirigidas”, explica a secretária.

Novos leitos

Pelo menos 55 leitos de tratamento intensivo foram abertos, ou reativados, no Rio Grande do Sul desde o final de semana. O reforço, implementado em hospitais localizados nas cidades de Canoas, Sapucaia do Sul, Tramandaí, Parobé e Guaíba ampliou o total de vagas nas UTIs do Estado para 1.161.

“O financiamento é custeado com recursos federais, custando R$ 1,6 mil por dia em cada vaga. O Estado complementa, em períodos que o Ministério da Saúde não habilita, para pagar se há necessidade de funcionamento antes da autorização”, ressalta Bergmann. Na quarta-feira (24), o Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, reabre dez leitos.